É normal escutar que
para ser um ótimo administrador é preciso ter visão de futuro. Prever
tendências, desvendar os sonhos das pessoas, adivinhar seus desejos e
inspirá-las. Pressentir e tomar decisões para um determinado futuro feliz para
sua empresa e para seus públicos de interesse. Mas como possuir esta vidência
se, como seres humanos, vivemos as probabilidades das incertezas e das
indecisões?
O futuro nada mais é
que uma infinidade de primeiras vezes. O inédito sempre acontece: encontros e
reencontros inéditos, escolhas e decisões inéditas. Novos comunicadores.
Novos públicos. Infinitos. Imprevisíveis.
Nós, humanos, não
somos sempre os mesmos. Transformamo-nos a cada novo dia, a cada novo
conhecimento. Encontramo-nos com diferentes pessoas e nos reencontramos com
pessoas transformadas. Fazemos escolhas e tomamos decisões, movidos por
expectativas futuras, infinitas enquanto probabilidades.
Formulamos hipóteses
sobre nossas escolhas, na esperança de acertar e de sermos entendidos. Na
expectativa de saber o que o outro vai sentir, de fazer o outro acreditar em
nossas mensagens e satisfazê-lo com elas. É uma responsabilidade que todo
comunicador escolhe para observar e viver em seu dia a dia.
Porém, apesar de tanta
imprevisibilidade, temos nossas intuições e pressentimentos. Temos poderes,
baseados não no que não temos capacidade de desvendar com o tempo ainda
distante, mas olhando o tempo contrário, o tempo passado.É pelas narrativas
passadas que podemos criar as narrativas futuras, porque, mesmo com o passar do
tempo, elas são capazes de ter força e valor. É esta importância que determina
vínculos e que contribui para idealizar as futuras narrativas.
É pelos fatos e
sentimentos que o tempo registrou que podemos entender o passado, inspirar o presente
e criar vínculos para o futuro. A criação de vínculos é a chave
para que a comunicação transponha as inevitáveis e incertas transformações.
Eles arrematam credibilidade e confiança, fortalecendo relacionamentos.
Os vínculos são criados pela
compreensão das narrativas que expressam alteridade. E a
alteridade é a base para criação de vínculos. As narrativas passadas, ou
memórias, que envolvem experiências de vida, trazem esta compreensão do outro. Narrativas só existem se existirem
personagens, as pessoas. Precisa haver um sentido de vida, um simbolismo
afetivo, identificação e envolvimento com cada uma delas.
Assim, para entender o
que o outro vive, sente e espera não é preciso cartas de tarô, mas sim, interpretar os depoimentos e
histórias contadas. Não precisamos consultar os deuses e oráculos para inspirar
pessoas. É preciso consultar o próprio público para entendê-lo e inspirá-lo, de
acordo com seus desejos e sentimentos. Não temos que ler mãos, mas sim, ler o
que elas escreveram, para onde seus dedos apontaram, o que foi assinalado nas
pesquisas de satisfação, interpretar o que foi dito nas linhas e nas
entrelinhas.
As sinastrias devem
analisar as compatibilidades e afinidades entre os interesses empresariais e os
dos públicos. As runas devem aconselhar a busca do entendimento do outro e a
criação de vínculos fortes com aqueles que trazem em sua história
possibilidades para narrativas futuras.Podem aguardar, as previsões serão
positivas se a administração for como um cristal puro – transparente em seus
significados.
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