sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brainstorming

Nem sempre uma empresa que conta com profissionais capacitados tem ao seu alcance uma equipe criativa, que faça o diferencial em relação à concorrência e apresente ideias que agreguem valor ao negócio. No entanto, essa situação pode ser revertida caso a organização proponha-se a adotar recursos que estimulem o surgimento de ambientes propícios à criatividade. Uma das ferramentas que se são utilizadas no ambiente organizacional é o Brainstorming, que traduzido para o português pode ser compreendido como "tempestade de ideias". 
Confira abaixo alguns dos benefícios gerados por essa ferramenta.

1 - O Brainstorming estimula a interação, uma vez que as pessoas saem de um possível isolamento e têm a oportunidade de interagir com os demais integrantes da equipe.

2 - Permite que o capital humano libere a imaginação e, a partir desse momento, apresente sugestões e ideias que ficaram "engavetadas". Muitas vezes, isso ocorre porque as pessoas não tiveram oportunidade de apresentar suas propostas em virtude do modelo de gestão adotado pela empresa, timidez ou receio de receberem um feedback "negativo".

3 - O sentimento de valorização surge naturalmente, porque os colaboradores passam a entender que a organização preocupa-se em ouvi-los. A motivação acentua-se mais quando a ideia apresentada é instituída e resulta em valores diferenciados para a empresa como um todo.

4 - Gera-se possibilidade para resolução de problemas evidenciados na companhia. Como os profissionais conhecem a cultura e a realidade da empresa, as chances de apresentarem propostas coerentes e viáveis são acentuadas.

5 - Melhoria do clima, pois o Brainstorming convida a equipe a atuar de forma inovadora e os laços entre os participantes estreitam-se durante a "tempestade de ideias".

6 - A comunicação entre as pessoas evolui, porque o receio das pessoas de terem suas ideias rejeitadas é vencido gradualmente. A pressão, tão constante no dia a dia das empresas, perde força.

7 - O relacionamento entre líder-equipe é fortalecido, pois o gestor passa a ouvir os membros de sua equipe. Essa relação melhora ainda mais quando a presença do diálogo ganha abertura entre os diferentes níveis hierárquicos.

8 - O desempenho dos profissionais pode apresentar melhorias, visto que o Brainstorming estimula que cada pessoa envolvida no processo dê o melhor de si.

9 - Quando se evidencia melhoria no desempenho dos profissionais, isso é sinal que eles desenvolveram novas competências tanto técnicas quanto comportamentais. A criatividade é um convite à busca pelo desenvolvimento e quando isso ocorre, ganha a empresa e os colaboradores.

10 - Superação de limites. Ao trabalharem em conjunto e somarem conhecimentos os profissionais passam a ver os desafios como oportunidade de crescimento e aprendem a lidar com situações de desafio.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mulheres no comando

As mulheres já ocupam grande número de cargos de liderança e chefia em muitas empresas brasileiras. É claro que essa conquista se deve aos altos investimentos em cursos de capacitação, em pós-graduações, MBAs, fluência em outros idiomas, etc. Mas, sem dúvida, o desenvolvimento de habilidades que uma boa comunicação propicia, auxiliaram muito para o alcance desses resultados.

Mulheres geralmente se comunicam de modo mais paciente e cuidadoso. Demonstram uma atenção maior para com seus interlocutores, buscam se fazer entender e tendem a se certificar de que foram compreendidas. Essas características favorecem um maior alcance de seus objetivos na empresa, já que permite mais clareza e assertividade no contato com seus subordinados, seus superiores e seus pares. As mensagens são transmitidas de modo mais claro e, consequentemente, são melhor obedecidas. Ao se comunicarem de modo mais cuidadoso, as mulheres tendem a demonstrar maior atenção com o outro; como a comunicação é um processo dinâmico, o interlocutor reage mostrando-se mais motivado, interessado em colaborar, o que acaba gerando mais resultados.

Uma pesquisa realizada por Zenger e Folkman, publicada no livro “A study in leadership: women do it better than men”, em 2012, analisou as avaliações 360 graus de liderança e eficácia de 7.280 executivos, feitas por seus pares, chefes e subordinados. A análise revelou que as mulheres tiveram classificação superior à dos homens em todos os níveis de gestão. Demonstrou, também, que quanto mais alto o nível, maior a diferença. Elas foram julgadas superiores nas áreas em que tradicionalmente se sobressaem, como desenvolvimento de pessoas e construção de relacionamentos, mas também em doze dos dezesseis pontos identificados pelos autores como os mais importantes para a eficácia da liderança.

Ao refletirmos sobre cada um desses pontos, é imediata a associação à competência comunicativa, seja na emissão de sinais que constroem a percepção, seja na atitude que conduz à relação com o outro: tomar a iniciativa, praticar o autodesenvolvimento, exibir alta integridade e honestidade, conduzir a resultados, desenvolver outras pessoas, inspirar e motivar outras pessoas, construir relacionamentos, colaboração e trabalho em equipe, estabelecer metas desafiadoras, liderar mudanças, resolver problemas e analisar questões, comunicar-se com autoridade de forma produtiva, ligar o grupo ao mundo exterior. Se você observar cada um desses itens, é evidente a participação de uma boa comunicação para o estabelecimento de cada um deles. Porém, a mesma pesquisa constatou que quanto maior o nível do cargo nas empresas, maior é a proporção de homens que os ocupam! É no mínimo curioso... Como diz a sabedoria popular, às vezes “o remédio pode ser o veneno”! Há mulheres, infelizmente, que apesar de bem sucedidas, inteligentes e capazes, apresentam baixa autoestima, sentem-se inseguras, desconfortáveis e pouco merecedoras de uma maior remuneração, de um cargo de maior destaque, de um papel de líder. Essas, sem dúvida, refletem esses sentimentos em sua comunicação, com uma fala hesitante, repleta de pausas fora de contexto, mal articulada, às vezes com a voz trêmula, tentando afirmar algo, mas sem convicção, como se estivesse interrogando, como se buscasse aprovação.

A boa comunicação se desenvolve a partir da construção de uma pessoa equilibrada e sensível, segura e motivada, corajosa e disposta a enfrentar desafios. Portanto, homens e mulheres devem se instrumentalizar tecnicamente, ter boa cultura geral, mas principalmente também se dedicarem a serem pessoas plenas e felizes. Dessa forma, a comunicação será o espelho desse estado interno, e sem dúvida o gênero passará a ser algo absolutamente secundário para a realização pessoal e profissional. Dedique-se a isso! Vale a pena. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Ser ou não ser, eis a questão!

A famosa frase "Ser ou não ser, eis a questão" provida da peça A tragédia de Hamlet escrita por Willian Shakespeare, mundialmente conhecida, até hoje inspira vários escritores, atores e filósofos na busca da sua identidade.

"Ser ou não ser" é um dilema enfrentado por muitos jovens da atualidade. A escolha da profissão certa causa assombros e dúvidas frequentes que acabam gerando certa insegurança na hora de decidir qual carreira trilhar. Desde a infância somos questionados pelos adultos com a seguinte pergunta: "O que você vai ser quando crescer?". Geralmente respondemos, baseado no exemplo de nossos pais: "Eu quero ser um advogado, igual ao meu pai!" ou "Quero ser uma médica, igual à minha mãe!". Isso tem a ver com o fato de que quando criança não possuirmos outra referência de profissão a não ser aquelas dos nossos pais, tios e demais parentes próximos.

Porém a descoberta pela vocação profissional depende exclusivamente de cada um. É na fase da adolescência, quando terminamos os estudos do Ensino Médio, que formamos nossa personalidade e decidimos, sem influência da infância, o que queremos ser realmente.

Ser professor ou não ser. Ser um médico talvez ou ser um astronauta, isso depende da nossa vocação. Existem instituições que realizam testes de aptidões para sabermos quais as áreas que temos mais afinidades. Existem pessoas que se identificam com os resultados dos testes, outras nem tanto. E é por isso que devemos escolher a profissão certa, uma vez que é nela que vamos dedicar anos de estudos, trabalhos, seminários e avaliações.

Saber o que você quer ser ou não quer ser - a chamada indecisão - é absolutamente normal, E quem nunca ficou indeciso na vida? Diante de tantas dúvidas, deixo aqui quatro dicas úteis e que podem ajudar na escolha da melhor profissão e até mesmo pela trocar de uma nova trajetória na carreira, um novo recomeço.

Busque o máximo de informações sobre a profissão desejada

Antes de escolher qualquer profissão, procure saber o máximo sobre ela, ou seja, o que ela pode trazer de vantagens e desvantagens. Descubra se é a profissão do momento ou do futuro, se há um grande campo de trabalho ou se há excesso desse profissional no mercado, quais suas chances de ser bem remunerado futuramente e, por último, se essa profissão tem a ver com seu perfil. Para ajudá-lo nessa pesquisa uma ferramenta muito eficiente é a Internet, onde encontramos milhares de estudos e pesquisas úteis.

Procure conversar e trocar ideias com pessoas que já estejam trabalhando na área que você escolheu

Depois de pesquisar tudo sobre a profissão, procure um profissional e converse sobre o seu dia a dia. Pergunte o que ele faz, como é sua rotina, se ele gosta da profissão que escolheu, enfim faça perguntas que dissolvam todas as suas dúvidas, pois é muito importante saber tudo o que envolve a profissão escolhida e para melhor decidir sua carreira coloque na balança os pós e os contras.

Se preciso faça uma visita ou pesquisa de campo

Ir até o local de trabalho do profissional e observar seu serviço em tempo real é uma excelente ferramenta. Por isso, visite escritórios, clínicas, indústrias, ou seja, o local que você optou por trabalhar futuramente. Isso o ajudará a ter uma noção de como será o ambiente de trabalho voltado à sua área.

Caso ainda tenha dúvidas sobre opção da sua profissão, escolha aquela que o deixe plenamente realizado.

Mesmo não sendo uma profissão reconhecida no mercado, mesmo que não haja um curso específico ou uma formação superior para a carreira escolhida, dedique-se. Se escolher ser uma empregada doméstica, um jardineiro, um tapeceiro ou até mesmo um vendedor ambulante faça sua escolha com amor e doe o melhor de si, afinal todas as profissões são dignas de respeito.

E se você já está cursando uma faculdade, mas tem dúvidas, pare e pense se é isso que você realmente quer, não desperdice seu precioso tempo e dinheiro investindo em algo que não te satisfaça. Qual é o problema em largar o quinto ano da faculdade de Direito para fazer a tão sonhada faculdade de Veterinária? É o seu sonho, é o que você esperou desde sempre? Então vá lá e faça! São suas escolhas que te tornarão um profissional de sucesso!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Empresas X Emoções

“Quais as emoções que a sua empresa sente?” é uma pergunta totalmente fora dos padrões corporativos, não é mesmo? Quantas vezes você já ouviu alguém preocupado com os sentimentos e os afetos nas relações humanas da organização onde você trabalha? Poucas, provavelmente. Talvez, nenhuma única vez. 

A boa nova é que essa realidade pode estar mudando. Se as áreas de RH, com seus psicólogos e suas assistentes sociais, não deram conta de cuidar dos sentimentos das pessoas, algumas empresas já estão oferecendo serviços de apoio, por telefone, para empregados com depressão, tristeza crônica, desmotivação. Trata-se de um canal onde o empregado pode falar sobre seus problemas e sentimentos sem se identificar, apenas para “desabafar”. Uma abertura para ser ouvido, para poder falar um pouco de si – como numa terapia, digamos assim.

Se em tudo que fazemos e pensamos existe a influência de nossos sentimentos, vivemos o momento ideal para cuidarmos deles dentro das empresas. Empresas como organismos vivos, feitas pela força de trabalho e de vontade das pessoas que nela convivem, devem perceber que sentimentos individuais influenciam ambientes coletivos, mudam o clima organizacional, interferem nas metas e impactam na saúde e na segurança.

Nossos sentimentos nos tornam humanos e nossas emoções simplesmente surgem, muitas vezes sem controle. Geralmente durante feedbacks ou mesmo nas reuniões. Muitas vezes os sentimentos se exaltam nas rodas de café, escapulindo com mais nitidez na famosa “rádio corredor”. 

A fofoca é uma maneira de amenizar sentimentos represados, contidos. Válvula de escape para expressar com mais liberdade um comentário, certamente impactado por alguma emoção. Isso é natural.

É claro que uma empresa tem objetivos e metas racionais, traçadas com lógica, cálculo e frieza diante de um mercado competitivo, balizado pelos resultados quantitativos ou invés de qualitativos. Por isso mesmo, é necessário saber cuidar dos sentimentos humanos. Equilibrar razão e emoção. Saber abrir canais de escuta, de fala, de diálogo dentro das organizações. Nossas metas são racionais, mas somos seres emocionais.

Muitos problemas e muitas crises poderiam ser resolvidos através desse tipo de política de saúde interna: o cuidar dos sentimentos. Problemas como assédios morais, assédios sexuais, racismo e homofobia, por exemplo.

Portanto, vamos falar sobre nossas emoções? Talvez já tenha passado da hora de trazermos Freud para dentro da comunicação interna.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Seja você mesmo

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Massachusetts, 81% das pessoas mentem durante entrevistas de emprego. Em média, os participantes do estudo falaram 2,19 mentiras a cada 15 minutos de processo.

Muitas vezes o candidato tem a preocupação de agradar o recrutador, e acaba respondendo questões que nem sempre são verdadeiras. Os selecionadores são bastante preparados para receber e analisar informações falsas, daí a importância cada vez maior de ser autêntico e honesto consigo mesmo nos processos seletivos.

“É claro que a pressão por conta da concorrência em um processo seletivo afeta na postura e discurso dos profissionais, porém, se estiverem conscientes de suas competências e habilidades, este nervosismo não deveria ter tanta influência assim”, aponta Denise Cavalcanti, consultora de seleção da Luandre.

Ainda para ela, existem candidatos que acabam extrapolando em algumas mentiras, pois muita coisa dita não é compatível com o currículo. “Dessa forma, já consigo perceber que não posso contar com eles no processo”, afirma.

Ser autêntico é importante, mas também existem limites – o processo seletivo tem algumas etiquetas que devem ser respeitadas. Alguns candidatos, de tão à vontade em uma entrevista, confundem o selecionador com um amigo e acabam falando coisas fora do contexto. “Deve existir critério para mostrar atributos como seriedade, responsabilidade e até mesmo respeito”, alerta Denise.

Felicidade no trabalho

Ser autêntico na entrevista tem total relação com a felicidade que o profissional encontrará no futuro trabalho. Questões como adaptação com a cultura da empresa e o próprio desenvolvimento das atividades do dia a dia fluem melhor se o candidato se mostrar honesto e transparente na entrevista.

Muitos candidatos podem não estar perfeitamente enquadrados no perfil de uma vaga em questão, porém a transparência e sinceridade muitas vezes contam como ponto positivo, e o recrutador leva isso em consideração.

“Se o candidato não for autêntico na seleção, os conflitos com a organização no ato da contratação vão surgir rapidamente. A autenticidade faz com que a relação seja duradoura”, afirma Wagner de Freitas Oliveira, fundador da Woli Consultoria e Treinamento.

Além das questões técnicas, o lado comportamental conta bastante nos dias de hoje. Então, se o profissional for autêntico e os valores individuais foram aderentes aos da empresa, isso pode ser um fator de desempate na hora de uma contratação.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Inclusão ou obrigação?

Ao lermos o termo “Inclusão”, podemos transitar por diversos caminhos. Inclusão de quê? De quem? Como? Onde? E quando? São tantos os excluídos... Inclusive nós já passamos ou podemos estar passando por uma situação na qual nos sentimos à margem. Situação essa que remete à dor, tristeza, abandono e rejeição. Sentir-se excluído é sentir-se inútil, insignificante, é estar fora, à parte.  O que muitas vezes pode gerar um sentimento de luta, o desejo de mostrar para o outro que se é  capaz. Os momentos nos quais nos sentimos assim são transitórios, ainda que pareçam eternos. Algumas vezes não superamos e “carregamos” essa marca, outras tantas sim, e então nos sentimos incluídos, parte, envolvidos, e satisfeitos por sermos úteis e importantes para alguém. 

Mas ainda existem grupos que são rotulados incapazes, inferiores e diferentes. Diferente de quê e de quem? Quem não é diferente? Ou melhor, quem não é único? Lembro-me de, várias vezes, estar conversando com algum amigo surdo em lugares públicos e as pessoas passarem e por achar que eu também era surda comentavam algo como: "Coitadinha, tão bonitinha e surda-muda!" No início, eu brigava, hoje apenas comento, "Não sou surda, muito menos muda. Pois não existe “surdo-mudo”. Muitos surdos falam  bem a língua portuguesa e, além disso, possuem sua língua, a Libras – Língua Brasileira de Sinais". 

Nem sempre atitudes como essas são por discriminação, mas por falta de   conhecimento. É o "pré-conceito".  Contra ele é que precisamos lutar, não apenas para que as leis sejam cumpridas, pois elas surgem na tentativa de recuperar um tempo perdido. Como é o caso da 8.069/90 que garante o acesso de toda criança à educação. E a Lei 8213/91 mais conhecida como “Lei de Cota”, que reserva vagas em empresas para pessoas com deficiência. Mas, será que cumprir um número basta? Ou vale a pena refletir como é o processo? Quais marcas ele deixa? Que frutos trarão ao longo do tempo?

Educação e emprego, dois pilares fundamentais. Como podemos exigir profissionais altamente qualificados se até pouco tempo nas nossas escolas não havia rampas, intérpretes de Libras, profissionais conhecedores do Braille? Alguns até achavam que Síndrome de Down era doença. Em passos lentos, essa realidade tem mudado.

Como empresa, precisamos ir além, formar, capacitar, contribuir para que cada dia não seja uma mera obrigação, mas sim um processo de inclusão. Agindo assim, perceberemos que nem sobre inclusão será necessário falar, pois não existirá ninguém, nenhum grupo excluído.   

Precisamos construir rampas em nossas empresas, não apenas as físicas, mas em nossos corações e mentes, que nos conduzam a outros caminhos, a falar uma língua diferente das orais, a guiar o próximo com cordialidade e, quando necessário, ter firmeza na voz e nos comunicar com a ternura do olhar. É possível! Seja você um agente multiplicador! 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sorrir faz bem!

Todos sabem o quanto o ato de Sorrir faz bem para nossa saúde. Quando sorrimos, exercitamos 28 músculos, melhorando o tônus e a rigidez da face. Sem falar nos benefícios psicológicos. Mas muitas vezes, o ato de sorrir não é solitário, envolvendo outras pessoas, tanto para sorrir quanto para fazer sorrir.

Normalmente sorrimos quando estamos bem e quando estamos ao lado de pessoas felizes. Se você se sente assim com o seu negócio, parabéns, pois você está feliz e sorrindo. Mas se este não for o seu caso, pense em novas atitudes. Eu digo atitudes, porque quando tomamos decisões e partimos para a ação mudamos o nosso redor, mesmo com pequenas atitudes, como um sorriso.

Que tal fazermos uma inversão de papeis: se você é um gestor comece a pensar como empreendedor e vice e versa. Se você acha que é uma simples inversão de papéis está enganado. Faça isto e verá que terá ótimos resultados. Não sabe onde começar? Construa uma atmosfera corporativa saudável, limpa de poluição comunicacional, com troca de informações claras e conversas com olhos no olhos, e verá uma humanização das relações entre patrões e colaboradores.

Então vamos lá, quais as atitudes que você irá começar a tomar? Lembre-se de seus planos iniciais, de quando começou sua gestão ou o seu negócio desde o primeiro dia. Quais eram seus planos? E reflita o quanto dos seus planos foram realmente executados. E os que não foram, tente descobrir o porquê não aconteceram. E os que foram realizados, quais que realmente funcionaram e quais não. A partir desse ponto você terá algumas boas pistas de quais decisões e atitudes você deverá tomar pela frente.

Logicamente não podemos esquecer o modelo de negócio adequado, do capital de giro ou budget, da estruturação da sua equipe, e principalmente dos processos, que são pré-requisitos para qualquer negócio ou departamento andarem bem. Mas também não podemos ignorar que as empresas são formadas por pessoas. E pessoas trabalham melhor ao lado de pessoas felizes, que estão sempre sorrindo.

Não importa como gestor ou empreendedor, valorize seu capital humano. Essa valorização não passa apenas pelo lado financeiro, muitas vezes apontado como a única forma de premiação dentro das corporações. Existem diversas formas de sinalizar para seus colaboradores que você está contente com o trabalho realizado. Portanto, lembre-se de sorrir mais para o seu negócio. Fará um tremendo bem a todos, inclusive a você próprio.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Autossabotagem não!

Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida, podemos acabar inconscientemente com as nossas realizações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade de lidar com a vitória.

Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na véspera daquela importante reunião.

"Muitos desses comportamentos destrutivos estão quase fora do domínio da consciência", afirma o psicólogo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo da Auto-Sabotagem - Por Que repetimos atitudes que destroem nossos relacionamentos e nos fazem sofrer (ed. BestSeller).

"A autonomia, a independência e o sucesso são apavorantes para algumas pessoas porque indicam que elas não poderão mais argumentar que suas necessidades precisam ser protegidas", diz o autor.

O filósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coautor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) comenta sobre os ganhos secundários. "Há jovens que saem de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem na zona de conforto, porque continuam recebendo atenção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta", afirma.

O problema é que, ao fazermos isso, não nos desenvolvemos plenamente. "Todo mundo busca a felicidade, a questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos e assumir responsabilidades", diz ele.

Reconheça suas potencialidades

Em alguns casos, o gatilho da autopunição está na maneira de como nos enxergamos. A pessoa precisa identificar suas potencialidades e se apropriar delas.

"Às vezes, buscamos a felicidade no lado inverso de onde poderíamos encontrá-la. Queremos ser bonitos, elegantes e inteligentes como os outros e deixamos de ser o que naturalmente somos", afirma a psicoterapeuta paulista Lilian Frazão, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Só vamos entender essa postura quando avaliarmos nossa trajetória e relações familiares com a ajuda de um analista ou terapeuta. "Filhos que foram condicionados pelos pais a se sentir merecedores de satisfação somente depois de cumprir determinadas tarefas, por exemplo, se tornam adultos que postergam a felicidade", exemplifica o terapeuta familiar e sexólogo argentino Bernardo Stamateas, autor de Autossabotagem: Reconheça e Mude as Atitudes Que Você Toma contra Si Mesmo (ed. Academia de Inteligência).

E a privação pode se estender a conquistas mais relevantes. "Quem não tem permissão para ser feliz, quando obtém algo positivo, imediatamente faz alguma coisa para perdê-lo. Se arruma um namorado, o trata mal para que ele vá embora, se consegue um bom trabalho, não cumpre o horário para justificar uma demissão", constata o terapeuta.

A dor é necessária para a recuperação

Consciência e mudança estão intrinsecamente ligadas e mexer em lembranças desagradáveis é dolorido. Leva tempo até conseguirmos digerir experiências, fazer novas associações e, por fim, implementar mudanças significativas em nossa vida. Mas, se tivermos paciência e vontade de nos aprimorarmos, a jornada vale a pena.

O mergulho interior é primordial para retornarmos à superfície reformuladas. "Precisamos nos desvencilhar de todos os mandatos de culpa e nos dar permissão para sermos felizes", diz Meucci.

Mas, prepare-se para experimentar uma reação em cadeia. Se mudamos nosso jeito de nos posicionar em determinada área, as demais também serão afetadas. "As artimanhas psíquicas que usamos em casa e no trabalho são as mesmas: o jeito de negociar, de lidar com funcionários e filhos, de dar ordens", diz Meucci.

Só assim conseguiremos "exercer o que temos de melhor", nas palavras de Lilian. No entanto, não podemos menosprezar ou negar a dor. "O sofrimento é uma passagem necessária que evidencia aspectos que precisam ser reconhecidos", afirma a psicoterapeuta.

O fundamental é acreditar que somos capazes de fazer o melhor que está a nosso alcance. "Podemos resgatar a capacidade de brincar, de superar o que nos fere, de olhar para nossas potencialidades", diz ela.

Igualmente vital é aceitarmos as diferentes fases da vida e extrairmos delas os aprendizados possíveis. "Feliz é aquele que se lança para a vida e não tem medo de viver as coisas em seus respectivos momentos", afirma Meucci.

"A felicidade não é algo que alcançamos, e sim conduzimos; não depende do contexto, mas de nossa determinação para superarmos as dificuldades e desfrutarmos a vida", diz Stamateas, que nos remete às sábias palavras do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós".

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Lixo extraordinário

O filme “Lixo extraordinário” que concorreu ao Oscar em 2011, gravado ao longo de dois anos, divulgou o projeto social do artista plástico Vik Muniz com catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), considerado o maior da América Latina. No documentário, Muniz busca desmistificar o lixo, transformando-o em arte. Foi uma forma de comunicar e divulgar para o público uma nova maneira de encarar velhos paradigmas.

 Afinal, pode o lixo ser extraordinário?

Segundo pesquisas, a população brasileira gera 260 mil toneladas de lixo todos os dias, quantidade suficiente para encher o estádio do Maracanã. Apenas na cidade de São Paulo, são geradas 18 mil toneladas diariamente, o que equivale a 1,6 quilos por habitante.

É fato que a maior parte das coisas que jogamos fora e consideramos lixo, pode ser aproveitado e transformado. E o melhor de tudo isso, economizando os recursos naturais. Infelizmente, ainda não inventaram uma maneira da lata de lixo da nossa casa desintegrar matéria ou reciclar, instantaneamente, tudo o que é despejado nela! Seria maravilhoso, entretanto, no momento, ainda somos nós os protagonistas dessa história.

Mas como “convencer” as pessoas a separar, reciclar e destinar o lixo de maneira correta? Creio que os mecanismos usados atualmente estão equivocados. Mais uma vez menciono nesta coluna que não podemos usar os artifícios da culpa para fazer alguém mudar de hábito e de conduta. Fazer as pessoas acreditarem que apenas devem pensar nas próximas gerações, no futuro do planeta ou em serem “boazinhas” também não resolve. Os seres humanos querem ser felizes agora e não daqui a 50 anos. Sendo isso uma premissa, precisamos descobrir outros tipos de abordagem para que tenhamos resultados diferentes dos que temos hoje.

Uma maneira diferente de tratar a questão é pelo viés econômico. Existe uma fortuna no lixo. A reciclagem pode ter como mola propulsora a geração de recursos econômicos trazendo a reboque o aspecto ambiental.

Veja o exemplo das latinhas de alumínio. O Brasil reaproveita 98% das latinhas que produz, gerando R$ 382 milhões por ano, e essa prática já vem de muitos anos. Mas por que isso funciona? Será por que lá na década de 90 alguém pensou “Vamos fazer bem para o planeta e reciclar latinha?” Creio que não.  Naquela época, o conceito de sustentabilidade ainda nem existia. Então, quais foram as grandes alavancas que fizeram da reciclagem de alumínio um caso de sucesso?

- A latinha não é vista como lixo, e sim como dinheiro;
- A cadeia de negócio está bem estruturada em todo o processo e realmente funciona. Catadores, sociedade, empresas de reciclagem e indústria trabalham em conjunto. Pode ter certeza que você já bebeu refrigerante ou cerveja numa latinha reciclada;
- A motivação principal não é ser bonzinho ou fazer bem para o planeta, mas sim econômica e, em contrapartida, o meio ambiente agradece! Imagine a quantidade de recursos naturais utilizados, caso não fosse realizada a reciclagem das latinhas.

Se o processo de reciclagem de alumínio funciona tão bem e gera todo esse dinheiro, imagine se tivéssemos o mesmo reaproveitamento para todos os outros materiais, como plástico, papel, metal e vidro! É possível despertar alavancas de incentivo por meio do viés econômico e ainda assim, beneficiar o planeta.

Vivemos hoje no fugaz mundo do descarte e temos que pensar não em evitar a produção de resíduos, mas sim em como reaproveitá-los, gerando empregos, renda e um meio ambiente equilibrado.

Lixo gera dinheiro e os recursos podem ser transformados em escolas, hospitais, moradia, melhorias de vida para a população.  Não precisamos apenas arrumar um lugar para jogar o lixo ou incinerá-lo. Necessitamos criar redes e cadeias de negócio aonde tudo o que vai, volta transformado, sem termos que tirar novamente os já escassos recursos da natureza.
Por meio da comunicação podemos incentivar novas atitudes das empresas, do poder público e da sociedade a fim de buscar outros significados para o lixo, perceber o seu grande potencial social e econômico e, definitivamente, transformá-lo em extraordinário!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Você é espelho!

Em um voo internacional, um sênior do Citibank provou-me que as pessoas não ouvem ao que nós dizemos e sim ao que nós fazemos! : “Toque sua cabeça! Ele disse e então eu fiz. Toque sua testa! E então eu fiz, me perguntando onde ele estava tentando chegar. Toque seu nariz! Então em fiz, me sentindo já entediada… Toque seu pescoço. Ele pediu enquanto tocava seu queixo. e então, eu toquei meu queixo também. Você não escutou o que eu falei, mas seguiu o que eu fiz”. Chegamos ao ponto!

Já recebi diversos e-mails confidenciais de pessoas trabalhando, principalmente (mas não exclusivamente) em grandes multinacionais. Estas pessoas descreveram sua decepção aos vários esforços de mudanças realizadas em suas respectivas organizações. Para resumir suas colocações, eu diria que eles começaram a acreditar nesses esforços: eles estavam apoiando intelectualmente e emocionalmente. Além disso, os programas de gestão da mudança foram bem desenhados e tinham sido entregues com satisfação. Os membros da diretoria apoiaram o projeto e dedicaram grande quantidade de tempo de suas agendas atarefadas para apoiar o programa (ao juntarem-se para, geralmente, bons diálogos com as pessoas). Alguns CEOs envolveram-se de maneira tocante.

Então, por que as mudanças não tiveram tanto sucesso como elas deveriam ou poderiam ter tido? Ao entrevistar alguns dos executivos preocupados, pude de maneira clara ver a sinceridade de suas intenções. Mas, quando comecei a escutar as pessoas que se reportavam a eles, achei a mais provável causa da decepção: “Eles nos pediram para mudar, os programas elevaram o nível de esperança e expectativas mas, rapidamente, nós fomos confrontados pelo fato de que nossos executivos não mudaram o estilo, comportamento ou atitude de liderança deles. Eles não estão levando isso realmente a sério. Como podemos mudar uma organização quando a liderança não demonstra sinais de movimento?”

Desde muito jovens somos treinados a acreditar no que vemos. Somos todos experts em examinar minuciosamente autoridades para ter a certeza de que a ameaça da mãe ou do pai deve ser levada a sério ou não. Na infância, nós aprendemos a localizar a incoerência entre “faça o que eu digo e não que o eu faço” naqueles que são os responsáveis pela educação. O esquema se repete com os líderes seniores nas organizações. Todos nós, leitores deste blog, somos autoridades para aqueles que lideramos. Se nossas ações não são vistas à altura das nossas intenções, histórias negativas e cínicas vão se espalhar pela organização como se “atirássemos no nosso próprio pé”. É igualmente fascinante perceber que culturas de liderança positivas e florescentes são aquelas onde os seguidores vêem uma forte coerência entre as intenções declaradas e os comportamentos visíveis de seus líderes (o bom e velho walk the talk).

Quais são os comportamentos ou a marcas de liderança que provarão perante nossos seguidores que estamos absolutamente sérios sobre a mudança? Até onde vamos adaptar nossa própria maneira de liderar? Um esforço bem inspirado, em qualquer processo de mudança (estratégico, cultural, organizacional e/ou pós-aquisição) é refletir antes de seu lançamento. E é por meio deste texto que os convido a trilhar essa jornada.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mundo de “Faz de Conta”

Se pararmos um pouco e nos centrarmos nos acontecimentos, podemos constatar que o mundo corporativo virou um "Mundo de Faz de Conta", a começar pelo processo de recrutamento e seleção. Por que afirmo isso? Vamos aos fatos. É contratada a pessoa com mais marketing pessoal. É contratado aquele que faz teatro e fala aquilo que o entrevistador quer ouvir. Depois... Ora bolas, depois é depois... As empresas valorizam mais a autoestima do que a competência dos talentos. E aí, falta um pouco de bom senso.

Lembro-me bem de uma história que o Professor Gretz contava: "Uma moça trabalhava numa companhia aérea. Ela atuava no setor da contabilidade e era toda sorrisos... Ele dizia que esta moça estava no departamento errado e que deveria trabalhar no departamento de reclamações da empresa".

Disse o Roberto Shinyashiki, presidente da Editora Gente que numa entrevista uma moça respondia todas as suas perguntas sempre com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. E ela respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Ele a contratou na hora.

Numa entrevista ninguém responde que é desorganizado ou esquecido. Dizem que seu defeito maior é mergulhar de cabeça no projeto da empresa. O "chefe" adora isso, mas na prática, onde está a verdade?

Como diz o Roberto, é contratado quem é bom de conversa, que faz teatro, que finge. Esse sim é considerado "o bom" profissional. Ele vem direto do "Mundo Faz de Conta". Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.

Eu me lembro do início da minha vida profissional numa agência bancária. Éramos três trabalhando no setor da "conta corrente". Dois saíram. Fiquei lotado de serviço. E quando apareceu a promoção, o "coçador" da agência que vivia no barzinho da esquina é que foi promovido. Porque se me tirasse do departamento da conta corrente, quem iria fazer o trabalho?

Nosso modelo de gestão premia pessoas mal preparadas e isso é um fato. Cria arrogantes que não têm a mínima humildade para aprender e se preparar. Tem muita gente fazendo besteira. Mas ainda sou do tempo que fazer um estágio de graça ou fazer um bom trabalho era também chamado de "trouxa". Mas, é o trouxa que aprende a se virar sozinho na vida!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

O "ganha-ganha" ainda é pouco

Coitada da empresa que, nos dias de hoje, ainda ousar dizer que está no mercado apenas para gerar valor para seus acionistas. Essa “função social” das empresas capitalistas descrita pelo Nobel de Economia está desgastada. E a razão é que ela é limitada. Trata-se de uma das facetas do Capitalismo, mas não a única. 

Com a tomada de consciência da população e das empresas sobre a necessidade de que os negócios fossem realizados respeitando o meio ambiente e valores éticos entre as partes interessadas, surgiu a expressão “ganha-ganha”. O negócio, para ser bom, precisava não apenas gerar lucro para os acionistas, mas ser bom para a outra parte. Essa visão, apesar de mais atual, está, também, começando a ficar datada.

Isso porque hoje já se fala em negócios “ganha-ganha-ganha-ganha-ganha-ganha”. Sim, o “ganha” é repetido em uma sequência de seis vezes, também apelidada de “win6”. A primeira vez que tive contato com essa expressão foi pelos autores que defendem a teoria do “Capitalismo Consciente”, John Mackey e Raj Sisodia. De tão interessante (e lógica) resolvi compartilhar com vocês. 

Nos negócios motivados por uma cadeia de seis “ganhas”, ganham os clientes, os empregados, os fornecedores, os investidores, a comunidade e o meio ambiente. 

Tenho a impressão, ainda não confirmada, mas em vias de confirmação, de que as empresas que adotam essa postura em seus negócios conseguem gozar de uma boa reputação, pois minimizam os riscos reputacionais - mesmo que essa não seja uma prioridade para elas. Um negócio que é bom pra todos não é ruim para ninguém, não tem telhado de vidro. 

De imediato, pode parecer difícil pôr em prática um negócio seguindo esse modelo. Mas não é impossível. Basta que as empresas tenham como um de seus valores o respeito ao próximo e ao meio ambiente. 
  
Você conhece alguma empresa sob tal filosofia aqui no Brasil? Vamos fazer uma lista coletiva para destacar os bons exemplos? 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Discutir a relação

Um dia desses, em um estudo nada científico e nem comprovado, observei que a maioria de meus colegas e conhecidos na área de comunicação são casados ou mantêm um relacionamento estável com profissionais de outras áreas ou profissões. Deixando de lado a polêmica que minha observação possa causar, comecei a me perguntar sobre os motivos pelos quais algumas áreas dentro das empresas não conseguem manter um relacionamento estável, amigável ou sequer pacífico. Se funciona em casa, por que não funciona na corporação?

Pense comigo: em sua empresa, a área de Comunicação mantem uma relação produtiva com a área de TI? Os colegas de Vendas ou Comercial conseguem se entender com a área de Recursos Humanos? O pessoal de Sustentabilidade anda de mãos dadas com os Gerentes de Produtos? Pode parecer uma heresia dizer que ninguém se entende em uma empresa, mas é muito fácil encontrar indícios de que os relacionamentos interdepartamentais não são um mar de rosas e que as áreas precisam discutir a relação de tempos em tempos.

As dificuldades começam nas diferenças técnicas e se estendem às disputas por atenção, reconhecimento e poder. Um exemplo clássico:

O ilustre Comunicador (A) entra em contato com o distinto gerente de TI (B) para solicitar a criação imediata de um blog para o temido presidente da empresa. 
A: Oi, preciso que você crie um blog do presidente e coloque no ar amanhã! Ele deve ter comentários moderados e somente a minha área terá acesso para atualização.
B: Não posso atender.
A: Mas é algo simples. Não precisamos de nenhum modelo complexo.
B: Mas eu não fui informado dessa solicitação com a antecedência necessária, conforme consta no procedimento NP0037 que estabelece o SLA e cronograma de entrega dos projetos de TI.
A: Veja bem. Este não é um pedido da Comunicação. É do nosso presidente. 
B: Desculpe, mas não posso ajudar. Vou escalar o problema para que nosso diretor converse com o presidente e encontre a melhor solução.
A: Enquanto eles conversam você já não poderia dar início ao projeto? O presidente está contando com o blog pronto amanhã, no primeiro horário!
B: Não tenho autoridade para tomar essa decisão. Vou correr com o processo de escalação e te informo assim que possível.

Para essa coluna não se transformar em uma novela da vida corporativa, vou resumir alguns dos erros cometidos nessa cena:
01) Cordialidade: bom dia, boa tarde, boa noite, por favor e obrigado podem abrir várias portas;
02) Atenção: procure entender os limites do outro. Questione. Mostre interesse.
03) Alternativa: junte-se ao seu interlocutor na busca por soluções alternativas.
04) Flexibilidade: não é não! Mas isso não elimina a possibilidade de rever posições e decisões em favor do bem comum.
05) Assumir a responsabilidade: se você tem autoridade para dizer não, deve ter autoridade suficiente para argumentar, questionar e buscar soluções.

Vamos aplicar?

A: Bom dia, B. Em uma reunião no final da tarde de ontem o nosso presidente manifestou interesse em desenvolver um blog de sua autoria. Gostaria de verificar com você quais as alternativas para apresentar a ele uma proposta concreta.
B: Bom dia, A. É realmente uma ótima ideia, mas preciso entender melhor o projeto. Qual o prazo?
A: Lançamos a ideia, ele gostou e quer ver a proposta. Claro que gostaríamos de apresentar algo rápido e de fácil implementação. É possível?
B: Não temos hoje as ferramentas de TI necessárias para isso, mas posso verificar alternativas. Se realmente o presidente tiver urgência, podemos avaliar algo provisório até que tenhamos condições de criar o blog. Posso conversar com meu diretor e levantar as possibilidades
A: Ok. Precisamos apresentar uma proposta ainda hoje. Posso contar com sua ajuda?
B: Claro, vamos nos falando ao longo do dia para tentar chegar a um modelo, senão ideal, que possa atender às necessidades mais imediatas do presidente.

Ok! Sei que não funciona assim. Mas deveria!

Existem inúmeras outras formas de se manter um relacionamento saudável entre departamentos. Teorias de administração nos ensinam há anos os modelos ideais para gerir uma empresa de forma construtiva, alimentando o processo de inovação e mantendo pessoas motivadas. Mas, como a maioria das teorias, na prática estamos falando de gente, de suas expectativas e medos. 

Experimente extrapolar o diálogo acima para um relacionamento social (amizade, casamento, namoro etc.). Você acha mesmo que conseguiria manter um relacionamento pacífico com sua esposa se chegasse em casa e, antes mesmo do beijo de boa-noite, ordenasse a ela que todas as suas camisas deveriam estar limpas no dia seguinte? Se seu melhor amigo te pedisse dinheiro emprestado você responderia com um sonoro “não posso atender” sem questionar o motivo do pedido? Você ainda usa o nome de seus pais para forçar seus filhos a obedecerem seus comandos? Consegue tomar uma decisão prática e objetiva sem ter que consultar um superior?

A comunicação continua sendo o gatilho das relações humanas. Portanto, se você não sabe se comunicar com seu namorado, com sua mãe e seus amigos você não consegue estabelecer uma relação saudável e proveitosa com eles. A mesma fórmula se aplica às relações profissionais. Comunicação e relacionamento andam de mãos dadas. 

O economista inglês Arnold Toynbee disse: “Os componentes da sociedade não são os seres humanos, mas as relações que existem entre eles.”

Da próxima vez que cruzar com o colega de TI, do RH ou da gerência de produtos, demonstre interesse em conhecer sua área, sua rotina. Procure saber quais as limitações daquela função e não esqueça de dividir as suas! Expor fragilidades é uma ótima forma de ganhar aliados. Agindo assim você conseguirá estabelecer relacionamentos duradouros e, quando precisar (você vai precisar), ficará mais fácil travar um diálogo produtivo. 

Não é preciso pedir ninguém em casamento! Mas vale aplicar as dicas para o seu relacionamento pessoal, se quiser!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Desengaiolar-se!

Há 4.000 anos os egípcios já haviam registrado em suas pinturas o intrigante fenômeno da migração das aves.  De lá pra cá as coisas não mudaram muito. Até hoje, os reais motivos dessa migração são reserva única e exclusiva de seus realizadores. Atualmente sabe-se que todos os anos dezenas de bilhões de aves de cerca de 3.500 espécies migram, em maior ou menor grau, mundo afora carregando com elas seu mistério. Entretanto, se para a humanidade isso é um enigma, para os pássaros não faz a menor diferença. Não muda em nada suas ações, não altera seus objetivos. Eles sabem por que fazem aquilo, e basta.

Alguns conservadores mais ligados à semântica do que ao significado da mensagem em si, certamente dirão que as aves não sabem nada, são irracionais, agem pura e simplesmente pelo instinto. Então, posso substituir o verbo por outro que, na verdade, representa ainda com mais perfeição e profundidade seu significado: elas sentem. 

Há momentos nos quais somente você sabe o que é mais saudável para sua própria vida, o que lhe será mais produtivo, seja material, sentimental ou espiritualmente. Você sente isso. Entretanto, por vezes, bambeia para o lado da insegurança e pede auxílios diversos, como se pudesse conferir através de outras pessoas o que só você pode saber. Sem muitos problemas até aí. Até aí.

Então, você ouve o que vem de fora e passa a dar àquilo maior valor e atenção do que a verdade que está sinalizando no seu íntimo. Então, toma a decisão contrária a ela. Sua intuição é eliminada sumariamente sem direito a um último pedido. Você, sem perceber o que fez - não o faria se soubesse - abafou seu único e verdadeiro tesouro, sua essência, aquilo que é você de verdade. Preferiu engaiolar-se, ao invés de alçar o vôo da evolução.

Nosso destino não deve ser outro, senão aprender a dar o que temos de melhor, e não proteger nosso tesouro num abrigo secreto. Se estivermos convencidos disso, a próxima etapa é descobrir onde está esse melhor. A resposta pode parecer: a) óbvia ou b) complexa, depende de como interpretá-la e do quanto você deseja voar por seu céu infinito.

Vamos lá. É certo que o melhor de nós está ...em nós mesmos. Bem, seja qual das alternativas você tenha assinalado, você está certo.

Os que escolheram a alternativa a) acham que, logicamente, o seu melhor não poderia vir do seu vizinho, ou de um antigo colega de escola, do trabalho. Daí a escolha. Analisando por esse prisma, de fato, a resposta é banal e não se fala mais nisso.

A alternativa b) foi a preferida de quem deseja ir além, saber em que parte  está o seu melhor. Quem a escolheu pode ter imaginado de tudo: nos olhos, cabelos ou pernas. Talvez, na sua profissão, nos conhecimentos acadêmicos. Quem sabe na força física, ou então na sua bela e eloqüente voz? Muitos dirão, sem precisar pensar muito, que seu melhor está em sua determinação em vencer, ou no sentimento de fraternidade e no amor que conserva em seu coração. “Em qual dessas partes de mim, está o meu melhor?”, você se indaga. De fato, esse raciocínio, por si só, já dá sentido à escolha da complexa alternativa b). Mas a resposta corrige essa última pergunta.

Você, em essência, não tem várias partes, somente uma. É um ser completo, integral. Portanto, seu melhor está em cada um desses pontos, em todos eles, pois todos formam o seu todo.

O que você fez até agora não foi tudo o que poderia ter feito, mas tudo o que conseguiu fazer. Perceba se idéias que você sentiu como sendo verdades interiores foram postas em prática alguma vez, ao menos em parte. Analise se o fato de muitas vezes você não ter respeitado suas intuições fez a diferença. Veja o quanto você realmente esteve presente em suas decisões.

Esteja como estiver a sua vida hoje, ela não é nada mais, nada menos do que o resultado de seus pensamentos e suas ações. Se chegar a conclusão de que ela não está boa o suficiente, faça diferente, você é livre para mudar. Deseje “voar”. É para isso que estamos todos aqui.

Um pequeno pássaro conhecido por Trinta-Réis-Ártico, considerado o maior “maratonista dos ares”, com seus menos de 40 centímetros, voa de um pólo a outro do nosso planeta e depois retorna ao ponto de origem. Atravessando oceanos e desertos, enfrentando frio e calor extremos, lá vão, ele e seu grupo, em busca do que somente eles sabem o que é. São mais de 20 mil quilômetros de viagem com roteiro certo, fazendo o que sentem ter de ser feito por eles, e por ninguém mais.

A pequenez física desse “grande” pássaro só não chama mais a atenção do que sua implacável determinação, valentia e certeza interior. “Trinta-Réis” desses, aplicados em ações assim, renderiam ao longo da vida, em dinheiro de hoje, no mínimo, alguns bons milhões.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Saia da caixa

Temos tendência a nos acomodar naquilo que já conhecemos e a automatizar hábitos, deixando de pensar naqueles movimentos que já se tornaram corriqueiros e foram incorporados. Isso nos torna um pouco (ou muito) robôs, com movimentos e ações mecânicos, na maior parte do nosso dia.

Tente lembrar como foi, quando você estava aprendendo alguma atividade que hoje executa automaticamente. Vamos pegar como exemplo o "aprender a dirigir". Lembro-me bem, e lá se vão uns anos... Sentei-me ao volante e o instrutor começou:

─ "Acomode-se bem no banco e ajuste a distância e o cinto; regule retrovisores; pegue no volante e na alavanca do câmbio. Com o pé esquerdo, você pisa na embreagem; com o direito, freio e acelerador. Com a mão direita você liga o carro, aciona as setas e o limpador de para-brisas, e passa as marchas; com a esquerda liga lanternas e faróis; com ambas você manobra o volante. Teste as posições das marchas, antes de ligar o carro; deixe em ponto morto. Pronto? Então vamos lá - ligue, engrene a primeira e dirija".

Por pouco não pulei fora do carro. Como é isso?! Então, aquele maluco queria que eu me lembrasse de tudo isso na hora de fazer? E, o que era pior, que eu fizesse tanta coisa com tão poucos membros? Impossível! Impraticável!

Bom, não desci por vergonha ou porque lembrei de que tanta gente havia aprendido aquilo, não seria eu a fugir da raia. E deu no que deu. Como todo mundo que dirige, pego meu carro, vou e volto sem nem me dar conta de quais e quantos movimentos fiz. Aliás, se você tentar pensar e decidir a cada gesto, muito provavelmente vai bater seu veículo na porta da garagem.

Este é o processo de aprendizagem: introduz o novo - exercita até memorizar - automatiza.

Quando cai no automático e o corpo sabe e faz o que precisa ser feito, passamos a economizar a energia mental daquela atividade, podendo empregá-la em outro aprendizado. Isso é bom e necessário ou seríamos seres muito limitados.

O problema ocorre quando nos entregamos a esse automatismo e, robotizados, deixamos de questionar nossas práticas, perdendo chances de criar e inovar. A acomodação, e uma boa dose de preguiça, nos leva a todo dia fazer tudo igual, como na música de Chico Buarque. A vida torna-se maçante, a rotina massacra e o tempo escapa entre nossos dedos, absolutamente sem graça.

No trabalho, repetimos as mesmas ações e até as mesmas palavras de ontem. Ao estímulo repetido, reagimos igual, esquecidos de que, assim, vamos colher o mesmo resultado. Aquilo que deveria ser fonte de energia para novas realizações, torna-se coveiro da criatividade e depósito de mediocridade.

No ambiente das empresas (e, penso, no mundo de forma geral) existe pouca gente pensando, e muitos apenas reagindo. Nossas crenças e paradigmas estabelecidos, alimentados, muitas vezes, por chefias endurecidas e alérgicas ao progresso, nos prendem em rotinas impostas e pré-definidas. Isso empobrece muito a vida de quem trabalha e prende a empresa nas teias da conformidade.

Seguir o já estabelecido é fácil, mas a acomodação e a inércia levam à mediocridade. O pensamento não tem fronteiras ou paredes. O desafio é "sair da caixa", romper a repetição; botar na batedeira os mais diversos conhecimentos e experiências; agregar doses generosas de imaginação e ousadia; e preparar a massa de um novo bolo - que estimule nossos sentidos e nos devolva o gosto pela vida, pela experimentação e pelo aprendizado. O desafio é enxergar o que não é óbvio e pode estar oculto aos olhos acomodados da mesmice.

Mesmo que boa parte das nossas tarefas seja repetição de velhas fórmulas, como podemos "repetir diferente"? Parece um paradoxo, mas só parece... O "bom dia" que damos ao vizinho pode ser diferente do que ele nos devolve; e pode ser diferente do mesmo que lhe demos ontem. Vale nossa intenção, colocada na entonação ou na forma como pronunciamos as duas pequenas palavras.

Podemos confeccionar alguma coisa - uma refeição, um biscuit, uma peça de roupa -, copiando um modelo consagrado ou seguindo uma receita ou padrão fixo, ou podemos acrescentar nosso capricho, nosso empenho em fazer bem feito e até mesmo, por que não superar o modelo? Podemos repetir o script traçado, numa ação de call center, por exemplo, mas podemos dar-lhe qualidade e mais efetividade se entendemos seu sentido e propósito, e agregamos nosso esforço para fazer diferença no contexto em que atuamos.

Somos chamados a pensar. E pensar é misturar informações, gerando novas possibilidades e ter a coragem de experimentar, a ousadia para ser original, sem receios do erro ou de fracasso - aprende-se com eles, e muito.

Estamos mergulhados num mar de possibilidades. Nossa preguiça, nosso comodismo e nossa cegueira é que tecem a venda que mantemos sobre os olhos, recusando ver e, daí, damos nossa contribuição para tornar o mundo mais monótono e repetitivo. Podemos optar por reagir a isso, ou seguirmos em frente, chorando e lamentando como bebês a quem recusam a mamadeira.

Muita coisa ainda há para ser criado. O mundo carece de inventores e inovadores. Cabe a cada um abrir a cabeça e por as mãos na massa.