quinta-feira, 8 de maio de 2014

Mundo de “Faz de Conta”

Se pararmos um pouco e nos centrarmos nos acontecimentos, podemos constatar que o mundo corporativo virou um "Mundo de Faz de Conta", a começar pelo processo de recrutamento e seleção. Por que afirmo isso? Vamos aos fatos. É contratada a pessoa com mais marketing pessoal. É contratado aquele que faz teatro e fala aquilo que o entrevistador quer ouvir. Depois... Ora bolas, depois é depois... As empresas valorizam mais a autoestima do que a competência dos talentos. E aí, falta um pouco de bom senso.

Lembro-me bem de uma história que o Professor Gretz contava: "Uma moça trabalhava numa companhia aérea. Ela atuava no setor da contabilidade e era toda sorrisos... Ele dizia que esta moça estava no departamento errado e que deveria trabalhar no departamento de reclamações da empresa".

Disse o Roberto Shinyashiki, presidente da Editora Gente que numa entrevista uma moça respondia todas as suas perguntas sempre com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. E ela respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Ele a contratou na hora.

Numa entrevista ninguém responde que é desorganizado ou esquecido. Dizem que seu defeito maior é mergulhar de cabeça no projeto da empresa. O "chefe" adora isso, mas na prática, onde está a verdade?

Como diz o Roberto, é contratado quem é bom de conversa, que faz teatro, que finge. Esse sim é considerado "o bom" profissional. Ele vem direto do "Mundo Faz de Conta". Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.

Eu me lembro do início da minha vida profissional numa agência bancária. Éramos três trabalhando no setor da "conta corrente". Dois saíram. Fiquei lotado de serviço. E quando apareceu a promoção, o "coçador" da agência que vivia no barzinho da esquina é que foi promovido. Porque se me tirasse do departamento da conta corrente, quem iria fazer o trabalho?

Nosso modelo de gestão premia pessoas mal preparadas e isso é um fato. Cria arrogantes que não têm a mínima humildade para aprender e se preparar. Tem muita gente fazendo besteira. Mas ainda sou do tempo que fazer um estágio de graça ou fazer um bom trabalho era também chamado de "trouxa". Mas, é o trouxa que aprende a se virar sozinho na vida!

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