segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Desejamos um 2014 diferente!

A renovação que todos nós fazemos em nossas vidas pessoais, por conta do réveillon, deveria ser seguida, também, pelas corporações. Como dizia Carlos Drummond de Andrade: "Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente". Mas o que, de fato, as empresas estão fazendo para renovar, revigorar e melhorar sua comunicação corporativa? 

É fato que a grande maioria das empresas olha apenas a linha da planilha que registra o custo anual, focando-se no mero cumprimento de suas obrigações. Diferenciação, inovação, trabalho extra ou ações adicionais, nem pensar. Que pena, concordaria o poeta se estivesse vivo.

Na lista de votos positivos - como “paz, amor, saúde, sucesso, etc” - que fazemos para os amigos queridos a cada novo ano, adoraria poder desejar novos horizontes para as empresas, no gerenciamento de suas marcas, de sua imagem e de sua reputação corporativa. As 10 resoluções da comunicação para 2014 deveriam ser algo como:

1.    Ter planejamento anual (poucos têm, de fato)

2.    Pensar e fazer diferente

3.    Trabalhar a comunicação como um todo (e não só propaganda)

4.    Implementar um plano de comunicação integrada e não departamentalizada

5.    Mobilizar o alto comando das empresas para as ações de comunicação, difundindo conteúdo e decisões para todos os funcionários 

6.    Escutar, respeitar e valorizar todos os stakeholders, tendo inclusive uma comunicação direta e contínua com eles por meio das mídias sociais

7.    Não ter medo de ousar e inovar, pois criatividade é o que torna as empresas únicas

8.    Investir para que o trabalho de comunicação torne-se, de fato, um instrumento de competitividade

9.    Fazer diferente todos os dias

10.  Enfim, entregar muito mais que a mera obrigação

Na linha do “fazer diferente”, seria perfeito se, em 2014, as empresas olhassem para suas obrigações e entregassem muito mais que o básico e/ou o exigido por lei. Os relatórios anuais, por exemplo, poderiam ser muito mais do que um mero registro burocrático das atividades do ano com um “copy and paste” de alguns gráficos. Poderia ser um resumo inteligente do que a empresa atingiu, de suas conquistas e de ações sociais e ambientais. Poderia tratar de expectativas futuras de uma forma inteligente e agradável, posicionando a empresa num outro patamar. Poderia ser um instrumento de diferenciação, de conquista de prêmios e de reconhecimentos do mercado. Poderia ser feito por especialistas em comunicação e não por financistas. Poderia, sim, reunir tudo isso se tivesse vontade de mudança.

Para muitos, essa postura representaria sair da área de conforto. Muitos dizem “não” antes mesmo de ouvir novas propostas ou de entender os novos desafios ou o novo trabalho. Esse é um grande paradigma a ser quebrado - e não deveria ser assim, já que a comunicação é uma das áreas mais pulsantes, sensíveis e movimentadas das empresas.

Vejo que para que as empresas mudem suas atitudes em relação à comunicação corporativa é necessário que sejam empurradas por ondas externas. A onda da responsabilidade social foi rapidamente aceita porque a maioria dos prêmios anuais fornecidos a grandes corporações passou a pontuar esse item como algo básico. A onda da governança corporativa veio e ficou, pois as empresas viram que sem instrumentos de controle estariam sujeitas a escândalos e fadadas até ao desaparecimento. 

Tomara que 2014 seja o ano da onda da comunicação corporativa 2.0 e que as empresas passem a trabalhar num novo patamar de qualidade. Uma boa comunicação não está disponível na prateleira de uma loja para ser comprada. Por ter um DNA único, precisa, para se desenvolver, ser regada todos os dias por profissionais diferenciados sem medo de agir e de mudar mas, principalmente, de sonhar com novos horizontes para suas organizações. 

Que após as comemorações de passagem de ano as empresas acordem para esse novo cenário e dediquem-se mais a gerenciar suas marcas (o seu bem mais precioso).


Que 2014 seja o início de um novo ciclo. Que a onda da comunicação venha para ficar nas
empresas e que este ano seja marcado por inovação, criatividade e diferenciação.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Ensaio não é só para artista

Na correria do dia a dia, cada vez mais executivos e líderes se deparam com a falta de tempo para se prepararem corretamente antes de  suas apresentações. Muitas vezes, acabam recebendo os briefings minutos antes de subirem no palco.  É fato que falar  bem depende muito mais de treino do que carisma. Da mesma forma, o sucesso de grandes apresentações que surpreendem a  plateia está intimamente ligado ao conhecimento que o executivo tem do tema e da empatia que ele estabelece com o público.

Steve Jobs é um bom exemplo de sucesso em apresentações. Superou o medo de falar em publico depois de identificar seus pontos fracos. Recorreu a especialistas de comunicação, como Regis McKenna
, para ajudá-lo e passou horas e horas treinando suas palestras antes de cada anúncio de um novo produto ou antes de discursos memoráveis como o feito na Universidade de Stanford.
Tanto treino fez com que ele se distanciasse dos chatos do mundo de tecnologia e fosse colocado em outro patamar, o de gênio. Até a concorrência concorda, tenta copiar, mas não consegue porque falta emoção, sinceridade, cumplicidade com os ouvintes e, sobretudo, treino, muito treino.

Outro bom exemplo de dedicação que gera resultado é dado pelos políticos. Eles treinam e treinam por horas e horas e (em, alguns casos, por dias) suas apresentações e participações  em debates. Existem discursos sensacionais
que valem a pena sempre serem revistos. Existem, também casos de pessoas que acabam acertando porque reconhecem que precisam fazer ajustes. Quem não se lembra das últimas eleições presidenciais, em 2010, quando a candidata Marina Silva apareceu com um novo casaco após o intervalo em um dos últimos debates. Fez bem, pois definitivamente não vale insistir numa roupa que não agradava os telespectadores.

Mas por que os empresários não se inspiram nesses modelos e fazem diferente nas suas palestras e na condução da estratégia de comunicação das empresas que eles comandam? Difícil responder de forma única. Acredito que a comunicação, infelizmente, seja tratada só no final, na véspera do anúncio de um novo produto ao mercado, porque muitos dos executivos se consideram experts em tudo que fazem. Mas, na hora H, eles sobem no palco, gaguejam,  não respondem as perguntas da plateia e saem como se nada daquilo tivesse acontecido.

Atores de TV e de cinema refazem uma cena dezenas de vezes; apresentadores de telejornal treinam diariamente suas vozes com a ajuda de fonoaudiólogos; atletas se dedicam sem parar para melhorar seus tempos em algumas frações de segundo. Então, por que os executivos, incluindo não só presidentes, mas diretores, gerentes e líderes  não se preocupam antes de apresentações internas e externas?  Por que as empresas não oferecem esse tipo de suporte a eles? Posso dizer que essa é, sim, uma importante questão  para reflexão.

As palestras que assisti de executivos que deixaram a plateia, e eu, de "boca aberta" são inesquecíveis.  Em comum, muito mais do que apresentações  coloridas, elas se destacaram porque tinham sempre boas histórias e foram contadas com tanto entusiasmo que fizeram com que os ouvintes não se dispersassem. Os palestrantes pareciam, também, treinados e confortáveis no palco, foram objetivos, priorizaram o conteúdo antes de efeitos técnicos, fugiram do lugar-comum e envolveram o público com os temas de suas apresentações.  No final, além de ovacionados, ganharam o coração dos admiradores.

Dizem que sucesso é uma mistura de competência com sorte. Eu penso um pouco diferente. Para mim, sucesso é uma mistura de competência com treino. Andar e correr todos conseguem, mas para conseguir fazer uma prova não basta só colocar o tênis no pé e sair. É preciso estar descansado, alimentado corretamente e bem condicionado. A plateia agradece se os executivos brasileiros começarem a fazer a lição de casa também na área de comunicação. A vida nos mostra que ensaio não é só para artista.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Clones, Seguidores ou Sucessores

Numa indústria trabalhavam três gestores responsáveis por diferentes áreas do negócio que eram reconhecidos como competentes pelos seus pares e estavam prestes a se aposentar. Portanto, profissionais que precisavam acelerar a capacitação de quem ocuparia estas posições num futuro próximo.

Após elegerem seus substitutos, o primeiro deles intensificou a transmissão dos conceitos de liderança ao pupilo a fim de que pudesse enfrentar as mais diferentes situações cotidianas com o mesmo sucesso que lhe era peculiar. Para isto, grudou o neolíder ao seu lado e passou a explicar em detalhes tudo o que fazia para conduzir a equipe de trabalho tão bem e quais princípios de liderança o guiavam.

Enquanto isto, o segundo procurava inspirar o aprendiz contando-lhe como havia lidado com os problemas que enfrentou ao longo da sua trajetória profissional e se mostrava acessível a maior parte das vezes. Tal comportamento causava grande admiração naquele que precisava iluminar, especialmente pelo fato de ter respostas para qualquer questão que aparecia pela frente. E também provocava suspiros: "Algum dia eu serei como ele".
Já o terceiro preocupou-se em educar seu formando para que soubesse resolver problemas, sejam eles quais fossem. Para isto, passou a delegar-lhe boa parte das buchas que apareciam pelo departamento e o capacitou a ser sensato nas tomadas de decisão em vez de, simplesmente, prender-se a um método de sucesso.

Um ano após a saída dos três gestores era possível notar resultados muito diferentes em cada uma das áreas. A primeira permanecia na mesma, com as características positivas e negativas da gestão passada. Até parecia que os gestores - o antigo e o novo - eram gêmeos siameses. A segunda encontrava-se em ruínas. Com a saída do antigo gerente, o substituto ficou desnorteado e descobriu que não sabia lidar com os desafios que o cargo impunha. Por outro lado, a terceira área alcançava recordes de produção e o neolíder já estava com o time nas mãos.
Por que apenas um deles atingiu o ápice? O primeiro líder dedicou-se a formar um clone que pudesse substituí-lo com o compromisso de continuar fazendo exatamente aquilo que era realizado até então. O segundo, grande equívoco de muitos líderes por aí, formou apenas um seguidor, que contemplava seus feitos e não estava pronto para agir por conta própria. Já o terceiro líder fez o ideal: preparou um sucessor que pudesse encarar o que viesse pela frente.

Formar clones de si mesmo para tocar um negócio não é uma boa ideia. Sua gestão pode ser ótima e os resultados atuais simplesmente fantásticos, no entanto o mercado muda muito rápido e manter os mesmos equívocos e acertos como leis imutáveis é um risco excessivo, especialmente quando se pretende garantir o futuro da organização.
Outro grande erro é querer angariar seguidores. Este tipo de gestão cria uma dependência do grupo quanto à pessoa do líder, que passa a ser venerado como insubstituível e senhor da verdade. Por conseguinte, em sua ausência nada acontece e os candidatos a substituto passam apuros, pois as pessoas logo os comparam com o semideus que ainda não deixou a empresa.

Capacitar líderes é uma missão que exige muito mais do que transmitir a alguém tudo o que você sabe, faz e acredita. Demanda a humildade de preparar sucessores para que superem os feitos que mais o orgulham e o esforço de habilitá-los a resolver problemas que ainda nem existem, mas certamente os afligirão no futuro se não forem tratados com medidas preventivas.
Para isto, contrate pessoas que tenham o potencial de serem melhores do que você. Indivíduos que não temam confrontá-lo de vez em quando e que sempre aparecem com duas ou três alternativas quando estão diante de um problema. Este é o melhor remédio para fugir à tentação de criar clones ou se contentar com seguidores.

Empresa não é uma família

"Aqui somos uma verdadeira família" é uma daquelas expressões que muitos gostam de utilizar para retratar a harmonia e a solidariedade existente na empresa onde trabalha, mas será que as companhias realmente devem se parecer com uma família?

Hoje em dia grande parte dos trabalhadores busca mais do que apenas um emprego para prover o seu sustento. Estas pessoas anseiam se dedicar a uma causa, serem reconhecidas quando fazem um bom trabalho e atuarem em organizações onde o clima interno seja no mínimo acolhedor. É por isto que nos últimos anos muitas empresas fizeram de tudo para se transformarem no sonho de consumo de jovens talentos e também dos profissionais com carreiras já consolidadas.
Contudo, dificilmente vemos qualquer uma destas companhias tentando se parecer com uma família ou se declarar como tal. Elas sabem que as metáforas exigem um esforço descomunal para serem compreendidas como se quer e, portanto, não vale a pena escolher aquelas cuja interpretação varia de acordo com as experiências acumuladas ao longo da vida do receptor.

Quem convive numa família equilibrada, tem a felicidade de receber afeto e foi educado com base em valores universais percebe este discurso de "aqui na empresa somos uma família" de um modo muito diferente daquele outro indivíduo que infelizmente veio de um lar no qual sofria maus-tratos, escutava brigas constantes ou era alvo de descaso.
Concordo que para muitos é difícil deixar de lado este tipo de comparação, afinal quase 90% das empresas brasileiras são dirigidas por famílias e suas peculiaridades. Firmas em que pais, irmãos, tios, primos, trabalhadores que não têm laços consanguíneos - mas são percebidos como "gente de casa" - e outros que acabaram de chegar têm de separar sua vida pública da privada na hora de tratar de negócios. O problema é que a chave liga-desliga não funciona para vários deles.

Em meu dia a dia profissional é cada vez mais comum encontrar situações nas quais este tipo de projeção (empresa = família) foi terreno fértil para que o puxa-saquismo e outras formas de relacionamento por conveniência se instalassem como cancro na companhia. Isto sem falar na resistência às mudanças e na acomodação daqueles que acreditam ser imprescindíveis.
É claro que os gestores patrocinam isto tudo ao preferirem ser condescendentes com erros graves só porque "fulano é um bom menino grande parte das vezes". Ou então, no extremo oposto, ao repreenderem implacavelmente qualquer pessoa que saia da linha dentro da cultura "aqui-quem-manda-sou-eu".

Outro fato que chama atenção nas empresas que se veem como verdadeiras famílias é o número de eventos promovidos para integrar as pessoas. A iniciativa de aproximá-las até que é louvável. No entanto, a intimidade excessiva cultivada neste tipo de corporação acaba sendo muito danosa com o passar do tempo. Por quê? Como as pessoas tornam-se achegadas até demais, várias delas passam a não medir as consequências daquilo que falam e o clima organizacional tende a ficar insuportável entre aqueles que até pouco tempo atrás se tratavam como irmãos. Resumindo: intimidade só é conveniente quando existe maturidade.
Muitas pessoas e estudiosos criticam as organizações porque seus discursos nem sempre se tornam realidade e não tenho como divergir deste pensamento. Entretanto, somos seres que vivem de histórias e estas ajudam os dirigentes, os funcionários, os clientes, os fornecedores e a sociedade como um todo a compreender como determinada empresa pensa e age diante do caso concreto.

Por isto, vale a pena investir energia para encontrar a metáfora que explica o tipo de corporação que vocês são ou querem ser. Só tenho uma sugestão a fazer: deixemos nossas famílias fora desta discussão para não confundir. Empresa é empresa, família é família.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Elimine comportamentos sabotadores

Aproveite o último mês do ano para avaliar suas atitudes e começar 2014 com novos hábitos.

Elimine comportamentos sabotadores que te impedem de conquistar sonhos, objetivos e projetos para o próximo ano.
Confira a seguir, os principais agentes considerados sabotadores e saiba como trabalhar em cada um deles:

Desmotivação
Com a rotina do dia a dia é normal ficar desmotivado e sem ânimo para continuar. Por isso, este fim de ano é uma excelente oportunidade para dar uma "mãozinha" e converter essa conduta negativa em uma força motivadora, para fazer de 2014 um ano diferente e muito mais promissor do que o anterior.

Procure, por exemplo, identificar as causas deste mal e comece a trabalhar nesses fatores. Realize atividades que te tragam prazer e bem-estar. Se possível, sempre tenha um bom relacionamento interpessoal com seus colegas e superiores, evitando focar toda a sua atenção apenas nos problemas.
Lembre-se de que todas as experiências pelas quais passamos têm uma intenção positiva. Por isso, identifique-as e tire proveito apenas do que for bom nestas situações.

Ansiedade

A ansiedade é um agente considerado dificultador e presente na vida de muitos profissionais. A causa deste mal pode estar ligada a inúmeros fatores como a preocupação, a improdutividade ou mesmo o cansaço. Este comportamento, se não trabalhado adequadamente e evitado, pode prejudicar não somente a saúde física como também o lado psicológico dos profissionais.
Por esse motivo, para evitar a ansiedade, procure levar a vida de maneira mais leve e pegue menos "pesado" com você mesmo. Evite focar-se somente no trabalho e dê um tempo para si. Relaxe, descanse e mantenha hábitos saudáveis que se tornarão um diferencial positivo para sua vida.

Desorganização
Se você é daqueles profissionais que sentem dificuldade em se organizar em meio a tantas coisas para realizar e prazos a bater, é importante criar uma rotina de trabalho.

Fazer uso de uma agenda ou mesmo criar uma planilha de tarefas, por exemplo, pode ser importante neste processo de organização.
Falta de foco

Se neste ano seu maior sabotador foi a falta de foco, é hora de avaliar isso rapidamente e não deixar para depois. Para ter foco no que realmente é importante, uma ótima dica é separar seu trabalho por ordem de prioridade, assim ficará mais fácil identificar o que fazer primeiro além de evitar que suas tarefas sejam entregues fora do prazo estabelecido.
Afasta-se do que te desvia do foco como conversas paralelas, ligações pessoais ou mesmo as redes sociais. Deixe estas atividades para os momentos de intervalo.

Não sou mais um!

Você considera que chegou onde queria em sua carreira?

Já alcançou aquilo que almejava profissionalmente ou ainda sente que falta alguma coisa?

Não sei você, mas já olhei para cima e perguntei: Onde foi que errei? Por que não tenho oportunidade?
Essa insatisfação gera frustração naqueles que buscam sucesso profissional, cursam faculdades ou cursos técnicos e é exatamente sobre isso que vamos falar agora.

Vou me sentir bem à vontade para colocar aqui algumas coisas que fiz e me ajudaram nesses momentos. Isso não será a solução para todos os problemas da sua vida, mas se me ajudou, pode ser útil para você também.
Quando pensamos "Não quero ser mais um" damos um grande passo para o início da mudança. Nos cursos de Administração, ouvimos muito sobre zona de conforto e realmente essa é uma nomenclatura ótima, afinal quem não gosta de se sentir confortável, mas o maior problema é que essa sensação nos leva à estagnação, ou seja, faz a gente parar no tempo, não evolui e nesse caso, não tem como não ser mais um no mundo!

Para qualquer mudança acontecer é preciso primeiro criar consciência e necessidade de transformação. Se você se considera mais um e não sente desejo algum de ser diferente, por menor que possa parecer, nunca será possível ser visto de outra forma. Mas como nós sabemos você deseja a mudança e almeja algo melhor para seu futuro profissional. Então, vamos ver algumas orientações para buscar a diferença, o reconhecimento e a valorização profissional.
Primeiro passo - Se conhecer. Você deve estar pensando "Poxa, mas eu já me conheço muito bem". Então vamos lá, você conhece todas as suas habilidades, todas as coisas que você gosta, tudo aquilo que te faz sentir bem, todos os seus dons, seus comportamentos mais frequentes nas situações inusitadas e sentimentos que geram as ações que determinam sua identidade? Opa, se foi difícil fazer essa autoanálise tão rapidamente, vamos pensar um pouquinho em tudo isso antes de continuarmos. Pense em cada palavra, em cada detalhe a seu respeito antes de irmos para o próximo passo.
 
Vamos continuar...

Identificar o que mais gosta através do que fez no primeiro passo. Anote tudo que mais gosta de fazer, tudo que tem facilidade e procure encaixar na profissão aquilo que mais se identificou até hoje. Se você ainda não trabalhou, tente olhar para as profissões que mais gostaria de atuar e identifique os prós e contras, assim ficará mais fácil decidir.
Defina seu mapa de trajeto, ou seja, através da análise anterior, foi possível notar coisas que podem ser comuns em algumas funções. Agora, visualize aonde quer chegar com a profissão que escolheu através do que gosta de fazer. Pode ser que você goste de cantar ou jogar futebol e isso não tem a ver com a carreira que escolheu, então separe o que pode ser usado em sua profissão e defina o que será do seu lazer. Tente visualizar o caminho que precisa percorrer para chegar à sua trajetória e defina suas metas. Estipule prazos, analise os cursos que vão ajudar no resultado, pesquise pessoas bem-sucedidas no que escolheu pra você.

Crie oportunidades. Agora que já sabe o que quer e aonde quer chegar, valorize tudo aquilo que pode ajudá-lo com seu resultado. Caso ainda não tenha identificado nada especifico não fique triste, pois sempre há tempo. E, francamente, depois de um tempo, a gente começa a notar que muita coisa que fazemos porque gostamos agrega muito na realização e satisfação sobre o nosso trabalho. Vou citar um exemplo da minha vida, se me permitir o amigo leitor. Sempre gostei de teatro, mas nunca quis ser atriz e entrei para o curso somente para ter um lazer. Por fim, me identifiquei com a área de RH e de treinamentos. Após três anos de curso de teatro consegui perceber o quanto evolui na minha profissão por ter técnicas de improvisação e comunicação. Então, crie oportunidades.
Ouça o que as pessoas têm a dizer a seu respeito. Por mais difícil para qualquer pessoa ouvir algo de negativo ou corretivo, isso é necessário para não ficarmos cegos diante de nossas fraquezas. Ouvir nos permite trabalhar os pontos fracos e nos aproxima das pessoas, pois essa é a ferramenta que possibilita qualificar tudo o que fazemos e, ao mesmo tempo, corrigir o que não é tão bom e aperfeiçoar o que é bom.

O mais importante, seja apaixonado pelo que faz. Em todas as profissões você vai ter problemas para resolver e se escolher uma profissão que não tem a ver com sua paixão será mais difícil enfrentá-los. O trabalho não é mais um meio de tortura como era nos velhos tempos. Hoje, ele nos ajuda a evoluir e nos permite colocar todas as nossas habilidades e dons em prática, por isso se você ainda não se apaixonou, apaixone-se pelo que faz, vale a pena e se já se apaixonou por alguém, sabe o efeito que causa e a satisfação que tudo isso é capaz de gerar ao ser humano.

Se você já fez tudo isso e continua sentindo que não é o que queria, comece novamente quantas vezes for necessário, para ser feliz no que faz vale a pena sempre começar de novo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Cuide da sua caixa de ferramentas

Todos nós carregamos, ávida e orgulhosamente, nossa caixa de ferramentas, que é singular, posto que vai sendo construída ao longo da vida, de acordo com as experiências que vivenciamos, os cursos que realizamos e as empresas para qual trabalhamos. Desde que nascemos, esta caixa recebe o status "em construção". Alguns estruturam caixas básicas; outros montam caixas resistentes e bem protegidas. Há os que constroem caixas elaboradas, cheias de detalhes e sutilezas. Elas também podem ter tamanhos e formatos diferentes.

Com o passar dos anos, vamos inserindo os mais variados recursos, aplicativos, programas, além de crenças, valores, modelos, manias e vícios. Sim, nós colocamos ferramentas boas e instrumentos ruins na nossa caixa! Elas passam a ser acionadas nas mais diversas situações: em família, na escola, no trabalho, com amigos, o parceiro ou a parceira etc. Em muitos momentos, essa caixa funciona como um verdadeiro kit de sobrevivência.

A medida que usamos, testamos a eficácia dessas ferramentas, podemos trocá-las, sofisticá-las ou abandoná-las, mas isso nem sempre acontece. Algumas vão ganhando força, sedimentando-se e passam a ter papéis fundamentais em nossa postura diante da vida. A verdade é que essa caixa de ferramentas pode se transformar em um arsenal poderoso e vitorioso ou em uma arma nociva e até destrutiva.

Cabe somente a nós, avaliá-la constantemente para evitar carregar as ferramentas que são apenas um peso morto e que diminuem a nossa capacidade de reação, a nossa produtividade. Você já pensou em quantas ferramentas você tem carregado inutilmente em sua vida? Quão apegado a elas você está ao ponto de não conseguir descartar o que é preciso?

É necessário abrir nossa caixa, olhar tudo que lá guardamos e, com carinho e humildade, identificar as ferramentas que nos ajudaram e que hoje devem ser aposentadas. É preciso reconhecer que nosso entorno e, principalmente, nós mesmos somos muito melhores e mais leves sem elas. Porém, como o nosso cérebro gosta de automação e ações rotineiras, a análise pode até ser fácil, mas as mudanças nem tanto. Esse olhar criterioso também deve buscar as ferramentas que ainda faltam. Nos dias de hoje, tudo muda muito rapidamente, surgem novas demandas e novas realidades.

No mundo corporativo atual, as ferramentas listadas abaixo são muito valorizadas e as empresas buscam pessoas que tenham o maior número possível delas em suas respectivas caixas:

1. Adaptabilidade ou resiliência
2. Liderança
3. Orientação para resultados
4. Trabalho em equipe
5. Criatividade e inovação
6. Comunicação.
7. Planejamento e organização
8. Tomada de decisão
9. Visão sistêmica

Quantas dessas ferramentas a sua caixa tem? Quantas faltam? Quais estão com defeito? Faça o balanço e não descuide da sua carreira, mesmo que esteja muito bem empregado, fazendo o que gosta. O amanhã é o que está por vir e poderá nos reservar surpresas, como a frase de Guimarães Rosa em Grande Sertão Veredas: "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem".

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Só Talento não basta!

De origem latina, a palavra talentu em sua essência significa balança, peso. Também já foi moeda na Roma e Grécia Antiga e citada nas parábolas de Cristo. Conta a história que o rei Salomão gastou em seu reinado cerca de cem mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata para a construção de um templo em homenagem a Deus. Foi um dinheirão para a época!

Nos tempos atuais e no atual dicionário corporativo, a palavra talento logo nos lembra alguém com grande inteligência, extremamente hábil ou com alguma aptidão notável.

Mas a pergunta que não quer calar é: Só talento basta?

Não. É um grande erro acreditar que uma pessoa só será a grande solução para os problemas da sua empresa. Descobrir e saber usar o seu talento é o que realmente faz a diferença. É preciso conhecimento e bom uso dos seguintes pontos.

Talento é diferente de dom. Dom é algo todo seu e um presente que a vida lhe deu. É uma aptidão natural, genuína e que o distingue das demais pessoas sem muito esforço. É mais notado nas artes, músicas e esportes, mas também podemos pensar nas pessoas que parecem que nasceram para liderar, negociar ou vender. Dom é um talento nato, mas nem todo talento é um dom. É bom deixar claro que todos têm talento ou alguns talentos, mas que esses talentos precisam ser descobertos e, principalmente, desenvolvidos. Os iluminados são os que desenvolvem e aperfeiçoam constantemente seus dons, esses são quase imbatíveis, mas não são a maioria.

Iniciativa e criatividade. Talento sem ação não gera realização. São suas iniciativas que abrem portas para novas oportunidades. A iniciativa é um dos ingredientes que não pode faltar na receita dos vencedores. O verdadeiro talento não fica à espera de que as coisas aconteçam, cria soluções, agrega valor ao ambiente e sabe que velhas soluções não são mais a garantia de sucesso no presente. O talento não tem preguiça, nem medo de ser feliz. Pessoas talentosas, mas sem iniciativa e criatividade se consideram injustiçadas e de pouca sorte. Pessoas pouco talentosas, mas com iniciativa e criatividade assumem a responsabilidade pela sua própria vida e não ficam à espera da oportunidade passar. Elas criam uma.

Foco e execução. Para a grande maioria das pessoas sob todos os aspectos ter foco não é algo natural e de fácil execução. No campo emocional, poucos são os que têm o foco nas coisas de forma positiva e acreditam verdadeiramente que pode dar certo. A maioria parece já nascer conformada quando tudo dá errado. No campo corporativo, foco é lidar com o que mais importa e execução é descobrir maneiras para fazer acontecer. O talento deve ter poucas metas e atividades, mas é importante se entregar de corpo e alma na execução dessas tarefas. Saber dizer não quando necessário e terminar as atividades que se propõe a fazer. Ter talento não o qualifica a fazer várias coisas ao mesmo tempo, pois ao final os resultados podem depor contra você.

Relacionamento e Equipe. O talento pode ganhar um jogo, mas não ganha o campeonato. O talento nasceu para servir, não para ser servido. Veio ao mundo para cooperar, compartilhar, ensinar e aprender. Sente prazer em se relacionar com outras pessoas e sabe que ninguém na história mundial fez algo sem uma grande equipe do lado. Talento acompanhado de arrogância é um passo para o fracasso. Uma pessoa talentosa, que não se relaciona com as pessoas certas e não faz uso do poder da equipe, é só uma promessa.

Integridade e responsabilidade. Vale a pena ter um craque de bola, mas que vive na balada, perde treinos e desagrega a equipe? Talento sem honestidade e caráter de nada vale. A irresponsabilidade e falta de integridade afundam empresas, acaba com qualquer carreira e não sustenta o sucesso a longo prazo. Não vale a pena mascarar o talento, encobrir seus defeitos ou varrer os problemas para debaixo do tapete porque alguém faz algo muito melhor do que o outro. Manter uma pessoa talentosa na empresa que seja irresponsável e desonesta é como guardar uma bomba relógio que a qualquer hora pode explodir e destruir o alicerce de qualquer estrutura.

Aprendizado permanente. Aqueles que se julgam talentosos têm um sério problema: gostam de aprender, mas não gostam que ensinem. Por saber muito e por ter consciência disso pensam que são poucos os que sabem mais do que ele. O verdadeiro talento é humilde na hora de aprender e ensinar. Faz do aprendizado uma forma de vida e sabe que sempre existe alguém que sabe mais do que ele em determinado assunto e não sente necessidade de ser um especialista ou ter opinião formada sobre tudo. Compreende que seus talentos precisam sempre ser lapidados e que crescer na carreira e na vida é sempre uma conseqüência de boas ações no presente. Não vive se lamentado do passado ou sonhando com o futuro.

A chave de tudo é saber que o presente é sempre o momento certo para aliar talento e ação, teoria e prática e assim ser o grande criador do enredo da sua própria vida.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Frugalidade

Neste último mês, tivemos mais uma edição da versão brasileira da “Black Friday” americana, aquele evento comercial apoteótico, que marca o início do período que vai até o Natal, em que o comércio “tira a barriga da miséria”.
A Black Friday brasileira foi, mais uma vez, motivo de chacota, tanto aqui quanto no exterior. Aqui não faltaram apelidos jocosos como “black fraude” e iniciativas diversas, tanto da mídia quanto independentes, para tentar “monitorar” comportamentos suspeitos e promoções falsas dos comerciantes que participavam da promoção.
Lá fora, a Black Friday tupiniquim também chamou a atenção. A matéria que teve maior repercussão aqui foi a da revista Forbes, com o título "In U.S., Black Friday About Deals; In Brazil Black Friday About Fraud" (Nos EUA, a Black Friday representa negócios; no Brasil, a Black Friday representa fraude).
O autor da reportagem foi particularmente duro e incisivo com a passividade bovina do consumidor brasileiro típico, ao dizer que, diferentemente dos americanos, que conhecem seus direitos de consumidor e até abusam deles, nós brasileiros, “se somos atropelados, aguentamos firme e sorrimos” (e, aqui entre nós, é a pura verdade).
Nós toleramos “black fraude”, assim como toleramos péssimos serviços, produtos com preços “n” vezes mais caros que os praticados fora do país, taxas de juros indecentes, impostos que não geram nenhum retorno e por aí vai. Nós reclamamos, resmungamos… Mas não vamos muito além disso. No fundo, já aceitamos a regra do jogo. Nós estamos sendo diariamente atropelados há anos, e nossa reação é resmungar, aguentar firme e sorrir…
Um corpo em movimento tende a permanecer em movimento e, se nada for feito, as coisas não vão mudar espontaneamente. Está mais do que na hora de o consumidor brasileiro reagir. Aliás, reagir não, se VINGAR.
Nos EUA (ironicamente, os criadores da Black Friday), um tema que está se tornando “da moda” no universo das finanças pessoais é a frugalidade. Viver de forma mais simples, tentar fazer mais com menos e ser um consumidor mais consciente.
O consumidor consciente e frugal é o pesadelo do empresário inescrupuloso, do banqueiro oportunista e do político que quer manter a economia aquecida artificialmente. Quer se vingar deles? Então seja frugal. Simplifique a sua vida e consuma menos.
Quer se vingar do empresário que pratica preços abusivos, mas convenientemente choraminga pelos cantos, colocando a culpa de tudo nos impostos e no “custo Brasil”? Que tal parar de alimentar esse ciclo com seu dinheiro ou, pior, com seu crédito?
Quer se vingar dos bancos e das instituições financeiras que praticam taxas altíssimas? Existem muitos motivos para as taxas serem tão altas, mas um desses motivos é que, simplesmente, as pessoas topam pagar…

O que aconteceria se, de um dia para o outro, todas as pessoas resolvessem só gastar aquilo que elas realmente têm? Provavelmente, algo teria que mudar.
Tudo indica que 2014 será um ano bastante movimentado. Teremos Copa do Mundo, eleições… Nossa economia vem emitindo sinais estranhos, mas ao mesmo tempo teremos muitas “distrações” ao longo do ano que vem. É preciso ficar de olho e, mais que isso, é preciso uma mudança de atitude.
Aliás, esse tema da “frugalidade” provavelmente será bastante explorado. É hora de simplificar a vida… E, se possível, consumir menos!

2014: Vai faltar tempo?

Ano que vem com certeza será um ano atípico como raramente tivemos nesse País. Teoricamente teremos no ano 253 dias úteis. Porém com eventos como a Copa e Eleições pode ter certeza que dias úteis de fato serão menos.
Provavelmente para resolver problemas de mobilidade urbana, teremos “feriados” durante os jogos para evitar trânsito. As empresas vão evitar ao máximo, eventos, reuniões ou treinamentos durante esses períodos mais críticos.
Se já falta tempo para as pessoas com um ano com todos os dias úteis, imagina como será o próximo ano. Nunca se fez tão necessário saber escolher o que realmente precisa ser feito e aquilo que simplesmente não dá e precisa sair da lista.
Todas as empresas, executivos e colaboradores precisam pensar em 2014 com esse espírito de seleção e prioridade. Pois será a única forma de fazer o ano render sem tantos percalços. Pare e discuta o que realmente será importante, quando chegar a um consenso corte um pouco dessa lista. É melhor ser pessimista nesse caso e concluir do que ser otimista e morrer de urgências.
Fora isso ainda tem um cenário na economia que não parece tão favorável. Com juros, inflação e cambio em alta. Tempo e dinheiro serão fatores determinantes no próximo ano. Tenho ouvido muita gente falar sobre seus planos financeiros para 2014, só espero que não vire uma promessa de ano novo.

Persistência X Teimosia

Dizem que Thomas Edson só conseguiu descobrir um filamento elétrico que deu origem a Lâmpada após a milésima tentativa. Segundo consta ao ser perguntado como se sentia após tantos fracassos, a sua resposta teria sido: “Não fracassei, apenas descobri mais de mil maneiras que não dão certo”.
Não sei se foi exatamente isto. A frase pode ter sido um pouco pra lá um pouco pra cá. Quer saber a minha opinião? Ele nunca falou isto. Pouco importa. A frase já foi repetida milhares de vezes que serve como exemplo.
Thomas Edson era teimoso ou persistente?
Agora é fácil responder. Claro que ele era persistente. Ele sabia onde ia chegar.
No caso dele acho que sim mas, e no seu caso?
Todos os dias escuto e leio que temos que persistir, acreditar, insistir, ir atrás, não desistir nunca e uma série de outros ensinamentos, todos com a mesma conotação.
Imagino que muitos façam isto e alcancem seus objetivos. O problema são os outros milhões de pessoas que insistem em causas perdidas e só perdem tempo, dinheiro e esperança.
Novamente volto a insistir na importância de se ter atitude. Desistir não é pecado. Reconhecer que errou, menos ainda. Perceber que não vai dar certo e mudar o rumo, muito menos.
O problema é que somos tão infestados de chavões que nos vemos na obrigação de acreditar neles como se todos fossem verdades. Não são. Servem para uns. Não servem para outros. Como por sinal, tudo na vida.
Se achar que é melhor desistir, faça isto. Com convicção. Com maturidade. Avalie o que já fez e seja sincero com você mesmo. Vale a pena continuar insistindo em algo que não está dando certo?
Lógico que existe um longo caminho para atingir objetivos e em muitos momentos somos instigados a desistir por “perder” a esperança. Isto acontece com quase todo mundo em algum momento da vida. Não desista de um sonho ou projeto que esteja caminhando ainda que lentamente. Não desista de algo, se vir objetivamente possibilidade  real de sucesso.
Desista do que já não compensa mais. Desista de sonhos que não lhe satisfazem mais. De lutar por causas que não tem mais significado. As coisas mudam. Você tem todo o direito de perceber que é melhor parar e assumir que não deu certo. Não ir até o fim não é o pecado mortal de todos e de tudo. Absorver prejuízos faz parte dos negócios. Todos algum dia perdem.
Por vezes ouço pessoas inteligentes e pelas quais tenho o maior respeito que afirmam categoricamente: “Já perdi tanto tempo e dinheiro que agora vou até o fim custe o que custar, mesmo que perca tudo”.
Qual a vantagem nesta afirmação? Mostrar que tem coragem? Tem palavra? Provar para os outros que não desiste? Pra que?  O que vai ganhar com isto? Admiração? De quem?
Adoro empreendedores. Gente que faz. Que acredita. Que luta. Que batalha pelo que julga certo.
São pessoas sensacionais em sua grande maioria com certeza. Só que eles também erram. Desistem de ideias que não dão certo e vão em busca de outras. O que é ótimo.
Eu sei que é muito difícil saber onde morre a persistência e onde nasce a teimosia. Não tenho a resposta e nem a pretensão de afirmar como seria. Apenas peço que tenha equilíbrio nas suas decisões. Se for continuar, faça-o com firmeza e determinação. Se resolver parar, tenha certeza de que foi até onde era possível e que isto não indica em hipótese alguma que outras frentes não se abrirão.
Faça o melhor que puder. Não importa se vai insistir ou desistir, desde que tenha dado o seu melhor. Faça isto com atitude e a melhor resposta aparecerá. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Lamentações = Desmotivação

Li certa vez um artigo com o título Lamento Borincano, baseado em uma canção latina que conta a história de um campesino que vai todo feliz para a cidade vender suas mercadorias. No caminho faz planos maravilhosos para a família e para o lugar onde vive, já contando com os belos resultados das vendas que conseguiria. Porém, não vende nada, a canção não explica o porquê do seu fracasso como vendedor. Volta melancólico, lamentando a falta de sorte. Ou seria sua incompetência em colocar produtos no mercado? A música pode ser ouvida no YouTube, inclusive cantada por Caetano Veloso e é de uma choradeira só. O autor do artigo discorre sobre a atitude dos latinos americanos que frente às dificuldades da vida gastam tempo e energia em intermináveis lamúrias a espera que um poder maior resolva seus problemas, em vez de focar na solução. Poderes representados por governos, instituições, políticos ou entidades sobrenaturais. 

Há pouco tempo deparei-me com um ditado popular muito utilizado nos países escandinavos: “Não existe tempo ruim, a roupa é que é inadequada.” Procurei saber mais sobre o conceito desta expressão e descobri que ela quer dizer: adapte-se às condições do tempo, esteja ele congelando ou não. Isto é, foque na resolução dos seus problemas em vez de ficar em casa reclamando que lá fora está frio. O povo nórdico não fica se lamentando da difícil vida que leva, sabe que se não resolver seus problemas de forma prática poderá morrer de frio, então vai à luta com determinação, não se importando com as condições adversas.

Por outro lado, nós latinos, com toda a natureza a nosso favor - sol, água, terras boas, recursos minerais abundantes e rica biodiversidade -, gostamos de ficar lamentado nossas dificuldades e pouco fazemos para resolvê-las. Lamúrias parecem fazer parte do nosso DNA. Lamentar-se ao invés de agir é uma forma de viver, um alívio psicológico contra as mazelas do dia a dia. Comemos o fruto proibido, fomos expulsos do paraíso e agora só nos resta reclamar. A choradeira latina acaba de transformando em uma espécie de bálsamo, uma justificativa para não se fazer nada, um convite à preguiça e ao deixe estar que tudo se resolverá sozinho.

Em quase todas as empresas em que presto consultoria ou realizo workshops, escuto tanto por parte das diretorias quanto dos funcionários - geralmente vendedores - uma ladainha interminável de lamentações e choros para justificar a falta de ação. Os culpados são sempre os outros: vendedores reclamam falta de apoio, de amostras, de bons planos para negociação, de entregas, de bons produtos e da atenção dos seus supervisores. Patrões reclamam falta de compromisso, de interesse no trabalho e de agressividade nas abordagens de vendas. Administradores reclamam falta de equipamentos, de processos, de sistemas e de verba. Tudo vira um grande muro das lamentações, sem que ninguém aja para se fazer algo de útil e prático em prol das causas comuns. 

Não fizemos a assistência ao cliente porque não tínhamos a peça. Não arrumamos a estrada porque não é da nossa responsabilidade. Joguei lixo no chão porque não tinha recipiente para colocá-lo. É sempre assim, vemos as coisas erradas na empresa, no governo, na polícia, no trânsito, nas escolas e, em vez de agir para solucioná-las nos entregamos às lamentações, carpideiras do cotidiano.

Costumamos apresentar desculpas para tudo: Não fui ao curso porque estava chovendo. Não estudei porque não tive tempo. Não arrumei tal coisa porque o homem não veio...

Essa maneira de pensar e agir são suscetíveis a muitos equívocos emocionais para ser considerado um padrão de avaliação confiável para a vida. Comumente é pessimista. Considerando uma determinada situação como sendo muito difícil de ser superada, imagina-se que não haja solução para tal. Mas sempre há.

O cansaço pode matar a inovação

Empresas já se conscientizaram de que sua rotina de produção (e não de trabalho) estava bitolando seus empregados — e afetando diretamente os negócios — e decidiram mexer em sua estrutura. Veja a seguir como exigir menos das pessoas e conseguir mais.
Rotinas de produção
No passado, quando tinha dificuldade de achar os trabalhadores fora do expediente de trabalho, o chefe precisava garantir que as 8 horas da jornada fossem realmente produtivas. Agora, afirma Jennifer Deal, pesquisadora do Center for Creative Leadership e da Universidade do Sul da Califórnia, “o lado sombrio da conectividade 24 x 7 (24 horas, nos sete dias da semana) é que as pessoas estão sempre ligadas, mas nunca terminam nada”.
Em entrevista, a pesquisadora diz que alguns profissionais não têm tempo para parar e pensar profundamente no que devem fazer. “Muitos sentem como se estivessem sempre correndo para apagar incêndios, mais do que sendo estratégicos em sua função”, ela diz.
Segundo Neuza Chaves, líder de projetos na Falconi Consultores de Resultado, uma das mais importantes consultorias de negócios do país, o que leva as pessoas a viver apagando incêndios são as “rotinas ruins”.
Isso pode estar associado a gente demais envolvida na tomada de decisão, mudança constante de direcionamento por parte dos líderes, processos malfeitos (excesso de e-mails e relatórios, reuniões desnecessárias, planejamento fraco) e computadores e sistemas lentos.
Essa morosidade emperra a produtividade e espanta os talentos da empresa. Em média, diz Neuza, apenas 17% da capacidade de um profissional é aproveitada. “É como se a empresa comprasse uma Ferrari e só usasse a primeira marcha”, diz ela.
O desperdício de inteligência e criatividade faz com que fique cada vez mais difícil uma companhia sobreviver à nova fase do capitalismo — prevista porShoshana Zuboff, professora aposentada da Harvard Business School e conhecida como “a profeta da era da informação” desde que publicou, ainda em 1989, as oportunidades e os riscos da revolução digital.
No capitalismo de Shoshana, chamado de “A economia de apoio”, as pessoas não aceitam mais ser tratadas como objeto. Elas continuam dependendo do trabalho — e do consumo — para viver, mas almejam ser vistas como indivíduos, ser ouvidas e fazer a diferença.
A nova era já começou, mas os empregados amadureceram antes das empresas. “As companhias ainda vivem o paradigma da Revolução Industrial, época em que só interessava produzir, produzir, produzir”, afirma Odair Silva Soares, economista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Forma de trabalhar
A primeira recomendação da Falconi Consultoria é melhorar a rotina da corporação. Isso porque, quanto mais estável o ambiente, mais tranquilidade os funcionários têm para pensar. “Nossa experiência mostra que, estabilizada a rotina, surgem as melhorias e, depois, as inovações”, diz Neuza Chaves.
Para ela, uma boa rotina começa com o conhecimento técnico que os empregados têm da área. “Se alguém tem dificuldade para explicar o que faz, algo está errado”, afirma. O próximo passo é identificar o fluxo das atividades e os processos críticos. Mapeados, os procedimentos devem ser escritos; e as pessoas, treinadas.
A 3M, reconhecida mundialmente por sua capacidade de inovação, usa nas áreas de apoio (inclusive em recursos humanos) metodologias originalmente criadas para a fábrica, como a Lean Manufacturing (também chamada de Sistema Toyota de Produção) e a Six Sigma.
A primeira foca na redução dos desperdícios, enquanto a segunda busca a eliminação dos erros. Quando aplicadas no escritório, afirma o diretor de RH André Scatolin, as disciplinas fazem com que o empregado vá direto ao ponto e procure as pessoas certas, na hora certa. “É uma forma de diminuir as atividades redundantes, liberando tempo para pensarmos no que importa”, diz ele.
Uma das inovações aconteceu dentro da própria área de RH. Ao descobrir que cada subárea realizava a tarefa de um jeito, havia redundância de assinaturas e o trabalho demorava a ser finalizado, a equipe de gestão de pessoas criou um call center para receber e direcionar as demandas dos clientes internos.
Quando um gestor quer promover alguém, por exemplo, ele liga para a central de atendimento, que encaminha o pedido, seguindo processos padronizados. “O que antes o gestor levava 1 hora para resolver agora o faz em 1 minuto”, diz Scatolin. O “Fale com o RH” acabou virando referência para outras subsidiárias da 3M na América Latina.
Abra espaços
Corrigida a rotina, a corporação deve criar uma agenda sistemática de inovação, promovendo reuniões a cada 15 dias, pelo menos. “Funciona como uma academia, mas, em vez de fortalecer o físico, as pessoas exercitam a capacidade de indagar e resolver”, explica a consultora da Falconi. 
É isso o que tem feito a fabricante de cosméticos Natura, que neste ano ocupou a décima posição no ranking de instituições mais inovadoras do mundo, segundo a revista Forbes. Desde dezembro de 2012, a companhia promove as Festas do Futuro, um espaço colorido e agradável onde qualquer empregado, de qualquer área ou cargo, pode comparecer e contribuir com ideias.
A festa acontece toda quinta-feira, das 9 às 13 horas, e os presentes ficam o tempo que desejar. “O participante senta-se à mesa cujo tema mais lhe interessa e todos conversam livremente. O próprio grupo define quem direcionará a discussão e quem fará o registro — a única exigência do encontro”, diz Gilson Manfio, gestor de ciências e inteligência de redes da Natura e coordenador das Festas do Futuro.
Graças a esses encontros, a Natura conseguiu lançar um xampu no mercado em apenas três meses, envolvendo exclusivamente a equipe interna. “Normalmente, isso levaria mais tempo, pois teríamos de contratar uma agência de publicidade, passar as informações, desenvolver a campanha etc.”, afirma o executivo.
Em outra festa, a Natura reuniu 115 mulheres, de 26 áreas diferentes, para discutir a linha Mamãe & Bebê: de novos produtos a inserção de campanhas, a empresa obteve mais de 120 ideias.
Além dos resultados concretos, a Festa do Futuro melhorou a interação entre os funcionários. Pessoas de diferentes áreas, que geralmente não se conectariam, passaram a interagir para a execução de projetos. “Percebemos que há uma demanda reprimida nas corporações: as pessoas querem contribuir para a inovação, mas isso geralmente fica fechado em uma área específica”, diz Manfio.
Para desmitificar o processo de geração de ideias, o laboratório Sabin, de Brasília, decidiu abrir seu Núcleo de Inovação para todos os empregados. Até cinco anos atrás, ele era restrito à produção científica, mas a diretoria rapidamente percebeu que, além de questões técnicas, a inovação abrange assuntos financeiros, gerenciais e de mercado.
Hoje, uma equipe de dez pessoas coordena o núcleo, mas os demais funcionários podem mandar sugestões por e-mail ou sistemas internos de comunicação. Ocasionalmente, são chamados a participar dos projetos. “Inovar é correr riscos. Muitas vezes o resultado não é o esperado, mas a organização precisa estar sempre discutindo esse assunto”, diz Sandra Costa, sócia e diretora técnica do laboratório.
Para ela, o segredo é entender que a inovação não tem necessariamente de gerar algo revolucionário. Pode apenas significar uma nova maneira de trabalhar. Por exemplo, em vez de realizar treinamentos presenciais para as equipes nos seis estados onde o laboratório está presente, o Núcleo de Inovação sugeriu aulas virtuais. A ferramenta de e-learning já conta com 25 000 horas de conteúdo, disponível para os 1 200 empregados do Sabin.
A solução gerou uma economia de 300 000 reais apenas no custo de deslocamento que a empresa teria caso levasse o treinamento para cada um dos estados. Também como fruto do Núcleo de Inovação, o Sabin criou um aplicativo que possibilita aos pacientes visualizar os resultados de seus exames pelo celular ou tablet.
Com o AppSabin, o laboratório reduziu o uso de papel, diminuiu o número de clientes nos balcões de atendimento e agilizou o atendimento aos pacientes. Hoje, 43% dos laudos são retirados pela internet — uma economia de mais de 500 000 reais por ano. 
Invista no espaço físico
Além da abertura para os indivíduos exporem suas ideias, as companhias devem trabalhar seus espaços físicos — e aí é preciso tomar muito cuidado para separar o que não passa de um lugar moderno daquele que é realmente eficiente.
Não adianta apenas derrubar divisórias e aproximar equipes sem ter uma planta adequada e um propósito de trabalho. Um estudo publicado no Jornal Escandinavo de Trabalho, Ambiente e Saúde mostra que os funcionários alojados em escritórios abertos ficam, em média, 62% mais doentes do que os instalados em salas individuais.
Isso porque os vírus e as bactérias se espalham facilmente nesses lugares, e a falta de privacidade, o barulho e a temperatura elevam o nível de estresse dos indivíduos — contribuindo para as doenças. As conversas constantes distraem os trabalhadores, baixando a motivação e impactando na produtividade. “Toda vez que alguém é interrompido, a mente demora 64 segundos para retomar a atividade”, diz o psiquiatra Frederico Porto.
Dificilmente as empresas retornarão ao layout fechado, mas é importante oferecer opções para quem precisa se concentrar. No escritório do Google em São Paulo, por exemplo, além de salinhas individuais, os empregados podem se retirar para a varanda, na cobertura, sentar numa das espreguiçadeiras e produzir tranquilos.
Outra opção, incentivada na Semco, fabricante de máquinas industriais, é que os funcionários fiquem em casa quando precisam de silêncio. “Os ambientes funcionam como metáfora e mostram às pessoas como elas devem se comportar”, diz Neuza Chaves, consultora da Falconi. Uma decoração colorida deixa claro que a corporação quer as pessoas alegres, livres para conversar e parar para um cafezinho — onde nascem muitas ideias. O ­Google é mestre (e referência) nisso.
Inspire a liderança
Não adianta nada mexer no layout do escritório e melhorar as rotinas de trabalho se os líderes continuam tratando seus funcionários como máquinas de cumprir prazos e bater metas. É deles a responsabilidade de gerar confiança e oferecer autonomia para que os profissionais se sintam livres para expor suas opiniões e ideias.
Ícone de um estilo de gestão de vanguarda, a Semco se apoiou nos principais líderes para disseminar sua preocupação com inovação. Quando ninguém falava sobre isso, em 1984, Ricardo Semler, então superintendente da empresa, eliminou o vigia dos relógios de ponto, a revista dos funcionários e o controle de qualidade.
Ele estabeleceu um contrato de confiança e deu, assim, espaço e liberdade para as pessoas criarem. “O básico é você dar responsabilidade para o funcionário, fazer com que ele se sinta parte importante do negócio, independentemente se é do setor de limpeza ou da contabilidade, um operário ou um diretor”, diz José Alignane, presidente da unidade de equipamentos industriais e de equipamentos de refrigeração da Semco.
Essa responsabilidade faz com que o time entenda que um parafuso errado pode causar um acidente lá na ponta. Para garantir esse senso de importância, todos na Semco são tratados da mesma forma, sentam em mesas do mesmo tamanho e concorrem igualmente no sorteio da melhor vaga do estacionamento — antigamente destinada ao presidente.
Mensalmente, os presidentes mostram ao time os dados financeiros da companhia. E, até hoje, qualquer um, do diretor ao operador de máquina, consegue negociar com o chefe e chegar mais cedo ou mais tarde ao trabalho, conforme a necessidade. “Tudo é baseado na confiança, e isso reflete na produtividade”, diz Rodrigo Oliveira, presidente da unidade de soluções em agitação da Semco.
Para garantir a inovação, dizem os dois presidentes, os executivos precisam realmente querer que a companhia funcione de forma mais justa, distribuindo responsabilidades e confiando nas pessoas. Do contrário, seus funcionários serão meros cumpridores de deveres; e sua companhia, uma máquina de produzir zumbis — e desperdiçar dinheiro. 

Em 2014, seja S.M.A.R.T.

Ano novo combina com as famosas listas ou resoluções tomadas no sentido de melhorar nossas vidas. Parte delas parece depender somente de nossa vontade, como no caso de reservar mais tempo para os amigos e para a família ou dedicar-se mais a um hobby. Outras implicam algum tipo de sacrifício, somente justificado pelo bem estar que podem produzir – esse é o caso de parar de fumar, começar a exercitar-se diariamente ou ainda – talvez a resolução mais comum – iniciar uma dieta.

Qualquer que seja o tipo de decisão, a admissão do fracasso que permeia as conversas com amigos e colegas no final do ano. De forma acalorada, fórmulas de sucesso garantido surgem: a mais comum delas recomenda que se guarde em segredo as resoluções elaboradas. Ora, o único sucesso atrelado a essa atitude é o fato de preservar o autor de uma eventual prestação de contas!

Mas antes que você, leitor, interrompa a leitura deste artigo, perguntando-se a razão de abordar um tema tão banal numa coluna que fala sobre gestão, pessoas, diagnósticos, monitoramentos e mensuração em RH, peço alguns minutos para explicar o paralelo sugerido.

Comecei a preparar esse texto trabalhando sobre as propriedades que os indicadores utilizados pela pesquisa na comunicação corporativa devem ter. E, à medida que avançava, percebi a similaridade entre os aspectos que contribuem para explicar o sucesso ou fracasso das resoluções de ano novo e aqueles que dificultam o entendimento dos resultados obtidos no mundo corporativo.

Não existem resoluções – ou metas – que possam sustentar-se sem a noção exata dos recursos de que dispomos para a realização, o perfeito conhecimento do ponto de partida, o estabelecimento do ponto de chegada e dos parâmetros que serão utilizados para monitorar o percurso, permitindo correções de rumo. Para tanto é necessário apoiar-se em indicadores, marcos que têm propriedades específicas e que devem ser caracterizados, em um acrônimo elaborado por profissionais franceses, pelo atributo “SMART”. Um (bom) indicador, deve portanto ser:

         Singular, ou seja, não há outro similar

         M
ensurável: deve poder ser avaliado, indicando se a meta foi ou não atingida

         Atingível (ou aceitável): expressa a ideia de que se parte de um ponto
         conhecido em direção a uma meta razoável, em função dos meios de que se dispõe

         Realista: utiliza os recursos de que dispõe a empresa, levando em conta as eventuais limitações, para atingir um objetivo

         Tempo definido: determina o início, o momento do monitoramento e o da avaliação

Estes cinco pontos resumem propriedades que traduzem a pertinência e transparência das metas adotadas em sua área, empresa ou departamento, além de contribuir decisivamente para a comunicação de seus resultados.

A dica vale também para as suas resoluções de Ano Novo! Mesmo que os resultados não sejam garantidos, você terá adquirido um conhecimento importante sobre as razões que impediram que você atingisse suas metas. Faltaram meios? Desconhecia-se o patamar inicial? Ou, simplesmente, você não foi realista?

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"Não trabalhamos com milagres, favor não insistir"

Os mandatos que tenho visto nos últimos meses deixam muito claro que o ano de 2013 – mesmo que ainda não terminado – não será um ano de resultados espetaculares e nem de forecasts facilmente alcançados. Isto faz com que investidores, eventualmente frustrados, busquem substituição de executivos que não performaram bem nos últimos tempos ou ainda que não demonstraram ter o perfil sólido suficiente para momentos difíceis.
Nada mais justo. Porém com este movimento, podemos sentir uma tendência da busca de compensações mirabulosas para os resultados não atingidos: ampliar o market share e manter a margem alta; equilibrar com perfeição as ações de curto prazo que garantem a rentabilidade, com as ações de longo prazo que garantem a perenidade do negócio; traçar o destino de unidades de negócio não rentáveis mas que são sentimentalmente significativas ao fundador da empresa.
Não tem jeito. Atuar no mundo corporativo requer este tipo de malabarismo. Mas eu disse malabarismo e não ilusionismo. Nesta analogia, o malabarista faz algo muito improvável dar certo com sua rara habilidade. O ilusionista não. Ele parece fazer algo improvável dar certo, mas que no fundo não passa de um truque.
E quando pensamos na gestão de empresas, os truques dos ilusionistas podem sair bem caro. E geralmente não só para ele.
É claro que com a exacerbada pressão diária que executivos recebem (dos conselhos, dos sócios, dos clientes, da equipe, da comunidade, etc) muitas vezes achar a mágica certa para impressionar os olhos atentos dos stakeholders pode parecer um caminho para aliviar o peso nos ombros; mas é um atalho muito arriscado.
Acredite, muitas vezes é preciso ter a habilidade para dizer: “não trabalho com milagres, favor não insistir”.
E se você for hábil suficiente nesta comunicação, com certeza ganhará uma credibilidade incrível junto a quem receber a notícia. E isto não alivia a carga não, pois tenha certeza de que – mesmo dizendo que não existem milagres – você terá que se empenhar em fazer algum malabarismo para lidar com a situação.
No mundo dos negócios não existem milagres e por isso se você for contratar algum executivo que lhe oferecer uma fórmula mágica de solução de problemas complexos, desconfie de que na verdade é um ilusionismo e que quando você descobrir qual é o truque, ficará muito decepcionado (para utilizar um termo leve).
Esqueça os mágicos e os milagreiros, busque os bons malabaristas dos quais você consegue acompanhar a performance de perto. Com os malabaristas, mesmo impressionado, você verá que a performance é real. Apesar que preciso dizer que existem muitos “malabaristas executivos” que realmente se assemelham mais a mágicos. Se você for um executivo que sabe performar atos como estes, saiba que seu sucesso está garantido.
E quando digo sucesso não me refiro a hoje. Sucesso na carreira é no hoje, no amanhã e depois.