Os mandatos que tenho visto nos últimos meses
deixam muito claro que o ano de 2013 – mesmo que ainda não terminado – não será
um ano de resultados espetaculares e nem de forecasts facilmente alcançados. Isto faz
com que investidores, eventualmente frustrados, busquem substituição de
executivos que não performaram bem nos últimos tempos ou ainda que não
demonstraram ter o perfil sólido suficiente para momentos difíceis.
Nada mais justo. Porém com este movimento,
podemos sentir uma tendência da busca de compensações mirabulosas para os
resultados não atingidos: ampliar o market share e manter
a margem alta; equilibrar com perfeição as ações de curto prazo que garantem a
rentabilidade, com as ações de longo prazo que garantem a perenidade do
negócio; traçar o destino de unidades de negócio não rentáveis mas que são
sentimentalmente significativas ao fundador da empresa.
Não tem jeito. Atuar no mundo corporativo requer
este tipo de malabarismo. Mas eu disse malabarismo e não ilusionismo.
Nesta analogia, o malabarista faz algo muito improvável dar certo com sua rara
habilidade. O ilusionista não. Ele parece fazer algo improvável dar certo, mas
que no fundo não passa de um truque.
E quando pensamos na gestão de empresas, os truques dos ilusionistas podem sair
bem caro. E geralmente não só para ele.
É claro que com a exacerbada pressão diária que
executivos recebem (dos conselhos, dos sócios, dos clientes, da equipe, da
comunidade, etc) muitas vezes achar a mágica certa para impressionar os olhos
atentos dos stakeholders pode parecer um caminho para aliviar o
peso nos ombros; mas é um atalho muito arriscado.
Acredite, muitas vezes é preciso ter a
habilidade para dizer: “não trabalho com milagres, favor não insistir”.
E se você for hábil suficiente nesta
comunicação, com certeza ganhará uma credibilidade incrível junto a quem
receber a notícia. E isto não alivia a carga não, pois tenha certeza de que –
mesmo dizendo que não existem milagres – você terá que se empenhar em fazer
algum malabarismo para lidar com a situação.
No mundo dos negócios não existem milagres e por
isso se você for contratar algum executivo que lhe oferecer uma fórmula mágica
de solução de problemas complexos, desconfie de que na verdade é um ilusionismo
e que quando você descobrir qual é o truque, ficará muito decepcionado (para
utilizar um termo leve).
Esqueça os mágicos e os milagreiros, busque os
bons malabaristas dos quais você consegue acompanhar a performance de perto.
Com os malabaristas, mesmo impressionado, você verá que a performance é real.
Apesar que preciso dizer que existem muitos “malabaristas executivos” que
realmente se assemelham mais a mágicos. Se você for um executivo que sabe
performar atos como estes, saiba que seu sucesso está garantido.
E quando digo sucesso não me refiro a hoje.
Sucesso na carreira é no hoje, no amanhã e depois.
Nenhum comentário:
Postar um comentário