sábado, 1 de fevereiro de 2014

A “Juniorização” das empresas

O mercado de trabalho é duro e firme. Muitas vezes, não dá espaço para respirar e já existe um novo concorrente com preço menor, ou um fornecedor aumentando seus preços, além da cobrança dos acionistas. As contas estão entrando no vermelho e a situação começa a ficar complicada quando alguém dá a solução: renovar o quadro de funcionários.

É nessa hora que cabeças rolam e alguns funcionários mais caros dão lugares a novos colaboradores, esses mais jovens e dispostos, que fazem mais e ganham menos. A empresa ganha novos ares, fica com cara de empresa do futuro. Mas a realidade que vem depois nem sempre é esse mar de rosas. O trabalho não flui com a mesma facilidade que antes, mas pelo menos a planilha de custos está melhor. Esse processo é conhecido como “juniorização”.

O processo de contratar profissionais mais novos para ocupar funções nas empresas é necessário e benéfico para a corporação. Mas quando a juniorização acontece com o intuito de reduzir custos da folha de pagamento, pode-se comprometer a qualidade da gestão e a continuidade do trabalho. O grande problema é que esse processo acontece na contramão da demografia brasileira. O povo brasileiro está envelhecendo, e uma pesquisa recente realizada pela FGV afirma que a maior parte das empresas não estão preparadas – e nem em processo de – para lidar com a inversão da pirâmide demográfica brasileira.

A história é a seguinte: com a falta de mão-de-obra em todos os mercados, as empresas promovem os profissionais com pouca bagagem e apostam no desenvolvimento da turma “em pleno voo”. Com isso, a empresa mantém o jovem motivado, forma uma nova linha de frente de líderes (o que é fundamental em tempos de mercado aquecido) e consegue isso sem onerar (muito) a folha de pagamento.

Quando se tem uma juniorização forçada na empresa, existe a quebra do processo de amadurecimento do profissional, uma diminuição da cultura presente. Quando isso acontece em massa, de forma mal planejada, existe um entendimento de que a empresa está, na verdade, inibindo o amadurecimento. E isso, sim, é algo perigoso.

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