"Existem pessoas que, quando colocadas em situações de
pressão ou estresse, sabem que não podem perder o controle das emoções. Nestes
casos, buscam saídas como respirar fundo e lavar o rosto no banheiro. Estes
recursos são exemplos simples para ilustrar a resiliência, pois um dos fatores
que compõe esta competência é a tolerância. Do mesmo modo que, intuitivamente,
alguns desenvolvem estes pontos de equilíbrio, estudiosos criaram técnicas para
este intuito".
A resiliência é uma competência
influenciada pelo estilo de vida do indivíduo. Quanto mais ganhamos consciência
sobre as próprias reações e comportamentos diante
de situações de pressão e desafios, por exemplo, mais dominamos estas questões.
Nas empresas, após um período longo de enxugamento no quadro de funcionários e
aumento da competitividade, o ambiente de trabalho se tornou altamente
estressante. “A resiliência é a capacidade de uma empresa, um líder, uma
equipe ou talento, promover as transformações necessárias para alcançar o seu
propósito. Você é resiliente quando cresce nas mudanças, inova, se antecipa às
situações e produz coerência estratégica para sua equipe e clientes. Sua
influência como um ser resiliente precisa ter mais impacto proativo e orientado
para o futuro”, explica Eduardo Carmello, palestrante
especialista no tema.
Empreendedores e líderes vivem, por si só,
sob demandas desafiadoras e cheias de pressão. Estes profissionais convivem em
ambientes e atuam em situações de alto risco, onde conviver com crises é um
fato normal. “Vivemos uma realidade onde crises econômicas e turbulências
acontecem em períodos cada vez mais curtos. As empresas estão sendo desafiadas,
e por consequência, os dirigentes destas organizações também. Estes
profissionais precisam ter sangue frio e capacidade de enfrentar situações
inusitadas, com desfechos, muitas vezes, negativos”, comenta Paulo Sabbag, professor da Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o professor, para
organizações mais estruturadas e com RHs mais completos, identificar
profissionais com resiliência vem se tornando uma premissa.
Conceito
de resiliência provém da Física
O que faz um prédio não sucumbir a um
terremoto é a conjunção de força com flexibilidade, o que caracteriza a
resiliência. Desde o século XVII se estuda os corpos elásticos por meio da
Física, e a psicologia utilizou-se desta analogia para transpor ao universo
empresarial o poder de profissionais, submetidos a condições extraordinárias
(adversas ou desafiadoras), voltar a suas rotinas consideradas normais.
“Ser mentalmente flexível é necessário
para lidar com novos problemas ou ações pouco estruturadas. Considero a
resiliência como a competência mais importante desta primeira metade do século
XXI”, aponta Sabbag.
10 dicas de como
desenvolver a resiliência
Há 20 anos, o mercado corporativo exigia
que as pessoas assumissem mais riscos. Hoje, fica o que se valoriza e convive
com estes desafios.
Levantamos 10 dicas para desenvolver esta
competência:
- Procure,
na medida do possível, protagonizar as situações;
- Visualize
o futuro próximo e antecipe tendências e acontecimentos;
- Crie um significado para a sua realidade;
- Procure
conhecer a verdadeira dimensão do problema;
- Separe
quem você é do que você faz;
- Procure
desenvolver relacionamentos significativos;
- Aprenda
a enxergar as soluções;
- Reconheça
seus sentimentos e necessidades de seu corpo;
- Tenha como parceiro constante a Criatividade
e Inovação;
- Cultive e valorize seu poder de escolha.
As características do profissional
resiliente precisam ser “manifestadas” nos momentos de complexidade e mudança,
não apenas nos momentos de conforto, estabilidade ou conveniência. “O ser
resiliente é aquele que está saltando continuamente, renovando e
transformando-se sempre. É uma pessoa impulsionada por um propósito maior,
proativa e que constrói realidades”, completa Carmello.
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