terça-feira, 1 de outubro de 2013

Obesidade informacional

Tenho visto muitas pessoas no seu dia-a-dia dizerem: ...final de semana chegando, terei dias para organizar meu tempo, para colocar as informações em dia. Ler os jornais, habituais, do domingo, algumas revistas que comprei, os três bons livros indicados pelos amigos, uns dois filmes (lançamentos) que alguns amigos assistiram, meus quase 1000 e-mails. Ainda, não posso esquecer do aniversário da minha prima e os 2 DVDs de palestra interessante que recebi. Situação bem familiar a muito dos leitores deste artigo.

Podemos dizer que estes são os “efeitos colaterais” da Era da Informação.Estamos preparados para esta quantidade de informações disponível e acessível?

Antes, pensávamos que não sabíamos que não sabia. Hoje, sabemos que não sabemos que para o cenário que vivemos, passa-nos uma sensação de impotência e frustração, que, com o passar dos dias vai se transformando em ansiedade cada vez maior.

Temos que ter a consciência que informação é tudo aquilo que possa reduzir a incerteza em nossas ações.
Desta forma, devemos desenvolver mecanismos de coletar e transformar dados e fatos em informação (dados, informação e conhecimento).

Na etapa seguinte, é buscar a aplicabilidade das informações adquiridas, pois é comum encontrar pessoas com muitos dados, mas não sabem como trazer tais informações para a utilização em seus objetivos e projetos. Além de problemas não serem resolvidos, irá imediatamente arquivar algo desnecessário.

Com o excesso de informações de diversas formas, esta situação passa-nos trazer dificuldade em tomadas de decisões, pois quando estamos próximo à opção numa determinada linha de raciocínio surge novidade e perdemos o foco, gerando assim conclusões mal fundamentadas com decisões possivelmente equivocadas.

A obesidade informacional parte do momento que tais informações, aliada a ansiedade do conhecer, sente a necessidade da armazená-las. Esta atitude (armazenamento) é uma forma das pessoas/profissionais, buscarem amparo numa decisão futura, que muito das vezes pode nem acontecer, mas os dados/informação ficaram arquivados por tempo indeterminado sem qualquer utilização. Por isso, o termo obesidade informacional, algo que você adquiriu e não utiliza.

Diante deste cenário, devemos atentar para algumas técnicas simples em nosso dia a dia em que devemos saber como coletar, selecionar, segmentar e contextualizar a informação.

Hoje, o mais importante da informação é saber como encontrá-la e não simplesmente adquirir (“download”) e armazenar, esperando utilizar um dia. A ansiedade da informação é a principal causa da obesidade informacional.

Trata-se de uma síndrome que quanto mais você busca a informação, mais há informações a serem buscadas. Desta forma, sentirá impotente e intimidadas diante desta situação e irá consequentemente arquivando informações desnecessárias (engordando). Torna-se um círculo vicioso, comum para todos aqueles que ficam ansiosos em busca da informação.

Aprender muitas informações ao mesmo tempo poderá prejudicar a capacidade de fixação dessas informações, pois o ser humano precisa de um tempo para reflexão do que está sendo assimilado.
Ainda na síndrome da obesidade informacional, é quando você começa a demorar a desliga-se das suas atividades diárias, mesmo quando está fora destas.

Outra implicação deste excesso de informação é a dificuldade na tomada de decisão, pois a quantidade de informação disponível é imensa e ficamos com a percepção de que ainda poderíamos obter mais algumas informações.

A tendência é que a tomada de decisão fica mais crítica à medida que aumenta o volume de informação.
Sendo assim, procure analisar suas atitudes quanto às informações, pois é extremamente importante no momento oportuno, caso contrário, estará obeso informacionalmente.

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