segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Transitamos do individualismo para a alteridade organizacional

Numa nova configuração de paradigmas, as organizações – públicas, privadas, entidades de classe e outras – devem se enxergar como parte do organismo social e reconhecerem nele um sistema de compensação (econômico, social e político) de acordo com o segmento em que atuam, assim como identificarem o impacto causado aos seus públicos de interesse. 

Nesta nova conjuntura, hoje denominada de “Sociedade em rede”, imagens organizacionais não se sustentam por muito tempo se forem antagônicas às suas identidades.  Estas, por sua vez, devem ser construídas com alteridade, ou seja, respeitando os valores, especificidades e a cultura de seus "stakeholders".  

A experiência da alteridade (e a elaboração dessa experiência) leva-nos a ver aquilo que nem teríamos conseguido imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’. Aos poucos, notamos que o menor dos nossos comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem realmente nada de ‘natural’. Começamos, então, a nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós mesmos, a nos espiar. O conhecimento da nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento das outras culturas. Devemos especialmente reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única.

Não há nessa nação nada de bárbaro e de selvagem, pelo que me contaram, a não ser porque cada qual chama de barbárie aquilo que não é de costume; como verdadeiramente parece que não temos outro ponto de vista sobre a verdade e a razão a não ser o exemplo e o modelo das opiniões e os usos do país em que estamos.  

É primordial que a comunicação, seja ela a institucional ou a mercadológica, esteja alinhada ao modelo de gestão. A ideia é a conexão aliada à ação de forma ubíqua a todos os setores ou áreas organizacionais, com o objetivo de transmitir uma mensagem uníssona. Como num quebra-cabeça, só se chega à perfeição, ou melhor, mais próximo dela, se as peças estiverem conectadas.Sendo assim, esse sistema tem como prioridade agregar valor aos produtos e serviços das organizações, como reflexo da marca ou identidade institucional, aumentando a credibilidade frente aos seus "stakeholders". Não se trata somente de estratégia e de potencial competitivo, mas da antecipação em relação à mutação cultural.   


market share, nos dias de hoje, não é mais tão dependente somente da qualidade dos produtos, serviços e publicidade, mas da capacidade de se projetar frente aos anseios dos públicos de interesse muito mais informados e conectados à complexidade do funcionamento organizacional. É cada vez mais comum vermos minorias sociais saírem de seu lugar comum de submissão e da condição de devedoras perante as organizações, para o papel de credoras potenciais de uma nova configuração que beneficie a sociedade como um todo. Nessa conjuntura só sobreviverão aquelas que se alinharem a um sistema de compensação que concilie o retorno financeiro às demandas sociais e ambientais. A velha proposição – “A população geral não sabe o que está acontecendo, e nem mesmo sabe que não sabe.” Noam Chomsky – não é tão condizente à realidade atual...

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