terça-feira, 24 de setembro de 2013

Trabalho: paixão ou vício?

O que distingue se o trabalho é para nós uma paixão ou um vício, se somos "worklovers" (Amor pelo trabalho) ou "workaholics" (Viciado em trabalho), são os motivos pelos quais trabalhamos. 
Ser workaholic ou worklover influi na maneira pela qual executamos o próprio trabalho e como nos relacionamos com as pessoas dentro e fora da organização.
Nesse sentido, vale a pena lembrar que as políticas de recursos humanos praticadas numa organização têm um papel fundamental. Fomentam a sinergia e o comprometimento através de uma exigência sadia por resultados ou estimulam condutas individualistas onde o que importa é o cumprimento de metas e objetivos pessoais. As políticas de avaliação e remuneração jogam aqui um papel decisivo: são indutores de conduta. O fenômeno workaholic tem uma maior incidência em organizações que possuem uma cultura extremamente competitiva; não é algo que está ligado somente a um determinado tipo de pessoa ou temperamento.
Do ponto de vista individual, podemos dizer que o trabalho é para nós uma paixão quando não é uma atividade polarizadora e exclusiva. Se, pelo contrário, é algo totalmente absorvente, adquire os contornos de um vício que leva à dependência.
O workaholic possui alguns traços bem marcantes: é alguém voltado a resultados e pouco sensível às necessidades das pessoas; estas sempre serão para ele um meio para alcançar suas metas. Nunca poderá ser um líder no sentido pleno da palavra porque faltam-lhe as características fundamentais da liderança: autoconhecimento, autogoverno e capacidade de formar pessoas.
A falta de conhecimento próprio está relacionada com a sua incapacidade de perceber que o trabalho não é o único âmbito da sua vida. Apresenta um forte desequilíbrio entre o lado profissional, super-desenvolvido e o pessoal, frequentemente esquecido. Como conseqüência de uma afetividade pouco desenvolvida, não possui o necessário autoconhecimento que é o ponto de partida para o autogoverno e o desenvolvimento de competências. Falta-lhe inteligência emocional, que nada mais é do que ordenar a cabeça e o coração. Nunca poderá ser um líder completo se não for capaz de liderar-se e, justamente por isso, nunca será eficaz quando se trata de formar e desenvolver pessoas.
Já o worklover, ao trabalhar por paixão e não por impulso, possui uma maior sensibilidade a pessoas. É capaz de motivá-las, fazendo com que sejam seus eficazes colaboradores, porque entusiasma e transmite confiança. Estes dois estímulos são os motores do comprometimento.
O worklover é alguém que adora o que faz e sabe equacionar o seu tempo tendo em conta todas as suas obrigações como chefe, subordinado, como membro de uma família etc. Possui um equilíbrio interior que o coloca em condições de desenvolver suas atribuições de um modo muito mais eficiente.
A diferença entre o workaholic e o worklover é a medida da sua ambição. No primeiro, a ambição é tudo; para o segundo, está a serviço da sua felicidade.

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