As regiões Norte e Nordeste do país receberão 364 dos 400
médicos cubanos que vieram para o Brasil na primeira fase do programa Mais
Médicos do governo federal. O número equivale a 91% dos profissionais, informou
nesta terça-feira o Ministério da Saúde. O restante dos profissionais seguirá
para Sul e Sudeste. Por ora, nenhum médico cubano vai aturar no Centro Oeste do
país.
No Nordeste, 201 cubanos prestarão atendimento nas unidades
básicas de saúde em municípios da região – e seis em distritos indígenas. Já o
Norte terá 123 profissionais de Cuba atuando nos municípios e 34 em distritos
indígenas. No Sudeste, 27 dos trinta cubanos alocados na região atenderão em
Minas Gerais. E os seis profissionais enviados ao Sul do Brasil trabalharão no
Rio Grande do Sul.
De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição dos
profissionais foi feita de modo a priorizar cidades com baixo Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). Dos municípios que receberão os doutores cubanos,
treze registram IDH muito baixo e 133, baixo. O governo, contudo, alocou
cubanos em nove cidades com alto IDH. Nesse caso, a justificativa é beneficiar
as regiões pobres e carentes de médicos nesses municípios.
Até o final deste ano, o Brasil receberá 4 000 médicos
cubanos, que serão distribuídos em 701 municípios, segundo acordo fechado entre
o governo e a Organização Panamericana de Saúde (Opas). Os profissionais
oriundos da ilha dos Castro são submetidos a condições diferenciadas dos demais
médicos estrangeiros que integram o programa no Brasil: além de não trazerem
consigo a família, receberão apenas uma parcela dos 10 000 reais pagos aos
profissionais que atendem pelo Mais Médicos – o restante do dinheiro fica com a
ditadura cubana. Além disso, os cubanos têm restrições para deixar os
alojamentos onde estão hospedados no país.
Brasileiros – O primeiro dia de trabalho dos brasileiros que
participam do programa foi marcado por faltas e desistências na segunda-feira.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que ainda não foi feito um
balanço dos faltosos, e buscou justificar a baixa adesão com a necessidade de
importar médicos estrangeiros. Ao todo, 1 096 profissionais haviam feito o
cadastro no programa para trabalhar em 454 municípios e 16 distritos de saúde
indígenas. As secretarias estaduais terão de informar se os médicos se
apresentaram ou justificaram o atraso no início do atendimento à população. Se
os profissionais não comparecerem até o próximo dia 12, serão excluídos do
programa.
“A ausência só revela uma drama que os municípios têm quando
fazem um processo de seleção pública e reforça a estratégia de estimular
profissionais a trazer médicos de outros países. Só estamos conseguindo
preencher vagas de médicos em regiões de baixo IDH por causa da cooperação que
fizemos com Cuba”, afirmou Padilha. "Se for um boicote, é de uma
perversidade quase inimaginável. Todos os filtros foram feitos para garantir a
participação de quem realmente tinha interesse. Se algum profissional só
homologou o cadastro só para ocupar vaga, é de muita perversidade",
continuou.
Segunda fase - Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde
mostra que 514 municípios se inscreveram na segunda etapa do Mais Médicos. Os
pedidos foram enviados para a pasta até sexta-feira passada. Juntas, as cidades
solicitaram 1 165 profissionais. Na primeira fase, 3 511 municípios se
candidataram, solicitando 15 460 profissionais. Agora, são 4 025 as cidades
participantes do programa - o que acarreta a necessidade de contratação de 16
625 profissionais.
Para a segunda fase do programa, 3 016 profissionais – 1 414
com diplomas no Brasil e 1 602 formados no exterior, de 65 nacionalidades – se
inscreveram. Eles terão até a próxima quarta-feira para indicar os municípios
onde desejam atuar e, entre os dias 6 e 9 de setembro, para finalizar o
processo de homologação. As vagas remanescentes, a serem preenchidas pelos
estrangeiros, serão divulgadas no próximo dia 13.
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